Polícia Civil de SP vai pra cima de banqueiros

  A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, nesta quarta-feira, uma operação contra banqueiros e executivos acusados de desviar dinheiro de clientes brasileiros para uma offshore localizada na América Central, sem devolver os recursos. Segundo o g1, a Justiça paulista autorizou o arresto de bens dos investigados, com o valor podendo alcançar até R$ 500 milhões.

A ação, nomeada "Floresta Devastada", tem como alvos principais o banqueiro Nelson Nogueira Pinheiro e seus irmãos Noberto Nogueira Pinheiro, também banqueiro, e o administrador Jaime Nogueira Pinheiro Filho. Os três são sócios da empresa MRCP Participações S/A.

Mais de 50 policiais estão cumprindo mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados aos envolvidos, somando 11 mandados em 9 locais diferentes. As investigações iniciaram em 2023, após uma determinação do juiz da 1ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais, que investigou uma possível fraude no pedido de recuperação extrajudicial da Brickell Participações S/A, uma das empresas de Nelson Nogueira Pinheiro.

O Ministério Público de São Paulo identificou indícios de que houve desvio e ocultação de ativos para prejudicar os credores, além de manobras societárias visando à blindagem patrimonial. Um dos pontos centrais da investigação, segundo a reportagem, envolve o banco panamenho FPB Bank Inc, que pertencia ao Grupo Brickell. A instituição financeira teria transferido, sem autorização, investimentos de clientes para uma offshore em Belize, e esses ativos nunca foram devolvidos aos seus legítimos proprietários.

Entre as empresas afetadas pela operação estão o banco FPB Bank Inc (que foi alvo de intervenção das autoridades do Panamá), a Brickell Participações S/A (que foi liquidada pelo Banco Central do Brasil) e a Ducoco Produtos Alimentícios SA, que foi vendida para a Malibu Holding SA, com a transação sendo questionada na Justiça.

De acordo com a Polícia Civil, o esquema envolvia o desvio de recursos de empresários que haviam optado pelo programa de Repatriação, lançado em 2016, permitindo a declaração de dinheiro de origem lícita à Receita Federal, com a vantagem de pagar uma alíquota menor de multa e imposto de renda.

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