Alex Pipkin, professor, escritor, consultor de empresas e PhD em Administração.
No Brasil, a régua moral foi redesenhada pelos ressentidos. Não mais se mede a virtude por mérito, esforço ou honestidade — apenas por fidelidade ideológica e servidão ao “projeto”. E, dentro dessa distopia progressista, uma menina, filha de Roberto Justus, cometeu o imperdoável pecado de posar com uma bolsa de grife ao lado da mãe.
Sim, uma criança. Não discursou, não esnobou, não ofendeu. Apenas brincou de ser elegante. Como milhões de meninas fazem desde que o mundo é mundo. Mas aqui, no manicômio moral da esquerda brasileira, isso basta para que uma turba ilustrada deseje sua morte. Claro, em nome da justiça social. Doutores — não precisa ser PhD para ser um legítimo idiota —, professores, psicanalistas — os guardiões da empatia seletiva — correram às redes com as tochas digitais acesas.
Um deles, ex-integrante de governo petista, clamou por guilhotina. Outro, posando de terapeuta, destilou ódio como quem ministra cura. Eis o Sanedrim pós-moderno: não há mais templo, mas o altar é o Twitter; não há mais justiça, só narrativa.
O que desencadeou o linchamento é tragicômico, mas factual. Uma foto. Uma menina. Uma bolsa de luxo.
E é aí que mora o crime inominável: não foi paga com dinheiro público. O que irrita a militância não é a ostentação — é a autonomia. A bolsa foi comprada com dinheiro privado, oriundo de trabalho, risco, produção e mérito. Isso é inadmissível. Para a esquerda, só é nobre o luxo financiado pelo suado dinheiro do contribuinte, como faz Janja — a Esbanja — rainha dos voos, dos looks e das hospedagens cinco estrelas. Ela pode. Afinal, desfila em nome do povo, mesmo que o povo não tenha o que comer.
Se a bolsa é sua — fruto do seu trabalho — é “elitismo”. Se a bolsa é do Estado — fruto do imposto de quem mal sobrevive — é “inclusão estética”.
Enquanto isso, Erica Hilton, a musa da militância performática, também desfila grifes. Ninguém se incomoda. Porque, no roteiro da esquerda, quem pensa “certo” pode tudo, inclusive esbanjar com dinheiro alheio.
Vivemos num teatro grotesco onde os vilões são crianças e os heróis são parasitas. Uma inversão de valores tão escancarada que já não indigna — apenas embrulha o estômago. E, ao mesmo tempo, nos convoca a reagir.
A esquerda brasileira não suporta o indivíduo livre. O que vence sem o Estado fere sua alma estatizante. Quem prospera por mérito é heresia. Por isso, querem calar, intimidar, cancelar. E, se possível, aniquilar simbolicamente. Sobrou até para uma menina.
Não se trata mais de opinião política. Trata-se de insanidade. Dizer que uma criança merece morrer por carregar uma bolsa é a falência moral completa. É o triunfo do ódio ungido, da inveja aplaudida, da psicopatia intelectualizada.
Mas é preciso dizer, sem medo: quem produz, quem empreende, quem estuda — tem o direito inviolável de usar seu dinheiro como bem quiser. Inclusive para comprar uma bolsa cara, um carro de luxo ou um relógio suíço. E se quiser jogar tudo fora, que jogue. Isso se chama liberdade.
O verdadeiro problema do Brasil não é a menina da bolsa. É o operário que trabalha o mês inteiro para sustentar um Estado que financia a vida boa de Janjas e Hiltons. O escândalo não é a grife privada. É o luxo público sustentado por quem não tem o que vestir.
Até quando vamos suportar isso? Até quando o brasileiro de bem, que sua para pagar boletos, vai assistir calado à elite estatal lambuzando-se com seu dinheiro e perseguindo crianças que ousam sonhar?
Não é mais apenas uma questão econômica — é moral, civilizatória. O que está em jogo é a liberdade de viver, de prosperar, de ser feliz sem pedir desculpas por isso.
Nós precisamos resgatar a ética dos relacionamentos voluntários. Precisamos construir um país onde o sucesso alheio inspire — não provoque linchamentos. Onde cada um possa crescer, lutar, realizar seus planos e viver de acordo com seus sonhos, não com as diretrizes de uma seita política.
Eles não temem a bolsa. Temem o que ela representa: uma infância livre do dogma estatal.
O que essa menina carrega não é apenas uma bolsa. É a lembrança de que, sim, a liberdade ainda é possível — e por isso, querem destruí-la.
E isso, sim, é imperdoável.
Não é apenas escárnio, é verdadeiramente traição à infância, à liberdade, à decência
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