Bolivia

O incêndio do Reichstag, o Parlamento da Alemanha, atribuído aos comunistas pelos nazistas de Hitler, como os auto-golpes que ocorreuram na Venezuela de Hugo Chávez, em 2002, e na Turquia de Recep Tayp Erdogan, em 2016, reforçam a tese de que o 8 de Janeiro no Brasil foi uma armadilha do tipo para garantir no governo os poderosos do momento.

Foi isto que contou há pouco, as 12h30min, o jornalista Alfredo Bessow, no seu mais novo programa diário de internet.

Leia esta análise correta do blog O Antagonista:

Ontem, o general Juan José Zuñiga, então comandante do Exército da Bolívia, que agora está preso, enviou tropas para o centro de La Paz e foi até a porta da sede do Executivo, o Palácio Quemado, nesta quarta, 26. Lá, ficou frente a frente com o presidente Luis Arce Catacora. Os dois conversaram e — surpresa — nada aconteceu.

Catacora deu um pito no general, não foi preso e seguiu dando ordens, tanto que substituiu seus ministros militares. Zuñiga, por sua vez, deixou o lugar com seus homens e blindados camuflados.

A patacoada levantou uma dúvida importante: se a ideia era dar um golpe de Estado, por que Zuñiga desistiu no meio do caminho e não seguiu adiante com o seu intento?

“O que vimos hoje na Bolívia foi um episódio embaraçoso que mostra a decadência do governo liderado pelo Movimento ao Socialismo, MAS, que pretendeu fazer um show midiático com um suposto autogolpe, com características ridículas“, diz o cientista político boliviano Santiago Terceros, que vive em Santa Cruz de la Sierra.

“Um golpe de Estado implica a tomada de poder, nesse caso, por parte do Exército. Mas nunca na história se viu o presidente que está para ser derrotado conversar na porta do palácio presidencial com aquele que pretende derrubá-lo“, diz Terceros.

O que vai acontecer depois na Bolívia?

Independentemente das diferentes interpretações sobre o evento, o presidente Luis Arce Catacora deverá se aproveitar politicamente das cenas que foram filmadas.

“Catacora certamente se fará de vítima. Provavelmente, isso resultará em um endurecimento das posições do governo atual, que não sabe como resolver a situação econômica do país e só se preocupa com a eleição, faltando mais de um ano para a mudança de governo“, diz Terceros.

Nesta quarta, a Central Obrera Boliviana, conhecida tropa de choque de Evo Morales anunciou uma “greve geral indefinida” em apoio ao presidente Catacora.

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