Artigo, especial, Alex Pipkin - A República das Tesouras Cegas

Alex Pipkin, PhD, doutor em Administração, consultor empresarial.

Dizem que, para cortar um bom bife, é preciso uma faca afiada. No Brasil, preferimos a tesoura cega — não corta, não separa, só mastiga e destrói. É com essa ferramenta simbólica que o governo lulopetista tenta, há décadas, “preparar o banquete do povo”. O resultado? Carne crua, economia queimada e miséria requentada no micro-ondas de um Estado glutão.

Enquanto o mundo sério trilha o caminho da liberdade econômica, da responsabilidade fiscal e do empreendedorismo desimpedido, o Brasil rasteja de volta ao curral estatista, onde gerar riqueza é suspeito, inovar é subversivo e empreender virou ato de rebeldia cívica. Aqui, “mercado” é heresia, e “propriedade privada”, uma epidemia de lucidez.

No comando dessa locomotiva enferrujada está Fernando Haddad, ministro que lê Marx no espelho e tenta explicar Excel como se fosse dialética materialista. Seu plano é simples: taxar o que funciona, subsidiar o que não funciona e discursar sobre justiça social enquanto a dívida pública transborda. O governo não tem mais recursos, tem meras promessas. Não tem planejamento — tem slogans. Não tem bússola — tem panfleto.

A inflação bate na porta, o arroz e o feijão viraram item de luxo, a conta de luz virou sentença. E os mais pobres, que o discurso diz proteger, são os primeiros a sangrar. O país que “voltou a sorrir”, segundo a propaganda oficial, hoje morde os dentes para não chorar na fila do osso. A inclusão virou esmola digital; a justiça, dependência estatal. O tal “projeto de nação” virou projeto de reeleição.

Mas o lulopetismo nunca foi prosperar. Foi perpetuar. E, para isso, selou um pacto espúrio com a instância suprema da censura: o STF. A toga desceu do púlpito para o palanque e virou braço jurídico da militância, garantindo que não haja oposição, nem liberdade plena, nem crítica impune. O Brasil vive sob a sombra da judicialização extremada e do arbítrio institucionalizado. A liberdade de expressão virou concessão provisória, cassável por despacho, sem aviso, sem defesa.

Nesta quarta encarnação do desastre, o roteiro é o mesmo — mas com um agravante: o lulopetismo agora não se contenta em desorganizar o país internamente; ele se alinha explicitamente com o que há de mais tenebroso no cenário internacional. Ditadores, teocratas, tiranetes latino-americanos, terroristas em assembleia permanente. O Brasil estende tapete vermelho a genocidas e pisa na classe média que sustenta tudo. É a diplomacia do cinismo: prega paz enquanto abraça assassinos, condena guerras enquanto financia milícias ideológicas. A política externa virou o espelho da interna — suja, desonesta, perigosa.



Antes era insegurança econômica. Agora, jurídica também. E ninguém investe onde reina a incerteza. Ninguém prospera onde falar virou delito e discordar virou “atentado à democracia”.

Os pilares liberais, aqueles que fazem um país prosperam, aqui são tratados como crimes. Disciplina fiscal? Repressão neoliberal. Livre iniciativa? Egoísmo burguês. Estado mínimo? Heresia do capital. Segurança jurídica? Supremacismo legalista. É o alfabeto do atraso, declamado por quem confunde Estado com Nação e governo com salvação.

Enquanto isso, a elite vermelha — que nunca pegou numa enxada nem num boleto vencido — grita “justiça social” do alto de cargos comissionados, gabinetes refrigerados e passagens de primeira classe. É a deselite que governa para si, usa os pobres como escudo e transforma o Estado em bunker de privilégios.

A verdade é brutal: o atraso não é acidente. É método. A estagnação não é consequência. É estratégia. E a miséria, para esses engenheiros do populismo, é o cimento que fixa o poder.

Eis a ironia suprema: trata-se de uma tragédia anunciada. Sempre foi. Os sinais estavam lá, em letras garrafais e em vermelho. Não há surpresa. Há reincidência. O lulopetismo é um filme repetido! Quem compra ingresso pela quarta vez, esperando final diferente, é cúmplice ou masoquista.

Não há como prosperar sob um regime que inverte os incentivos. Incentiva a dependência, pune o mérito, sufoca quem ousa se erguer. Os pequenos e médios empresários, a espinha dorsal da geração de empregos, já puxaram o freio de mão.

E o cidadão comum? Esse trabalha quase seis meses por ano apenas para sustentar um sócio compulsório, obeso e incompetente — o Estado. Um sócio que não assume riscos, não entrega serviços e só aparece para cobrar. Um sócio glutão, que drena especialmente os mais pobres, transformando cada nota fiscal em um bilhete de extorsão.

O país está suspenso. Em espera. Até mesmo os que embarcaram na fábula petista, embalados por promessas mágicas e memes progressistas - ou aqueles “dotados de nojinho” -, agora assistem em silêncio ao desmoronamento. Ninguém aposta. Ninguém investe. Ninguém acredita.

Até quando um povo aguentará sustentar um Estado que o condena ao fracasso?

A realidade, essa senhora sem paciência para narrativas, já se impôs: o Brasil está à espera de 2026. Não de um novo ciclo econômico. De um novo comando. Um governo minimamente comprometido com liberdade, responsabilidade, legalidade — mesmo que timidamente. Porque qualquer coisa fora disso será só repetição, ou seja, mais miséria reciclada, mais populismo embalado, mais censura travestida.

Enquanto o país sangra, Lula dança. Haddad digita. O STF vigia. E o Brasil inteiro prende a respiração, esperando que 2026 traga de volta o que Brasília nos roubou: o direito de prosperar.



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