Conflito no Oriente Médio e o mercado de petróleo

o O conflito no Oriente Médio escalou recentemente, contribuindo para a crescente volatilidade no mercado de petróleo e elevando os preços do Brent de aproximadamente US$ 60/barril no final de maio para US$ 75 na semana passada. Embora o Irã represente 3,1% da produção global de petróleo (3,3 mb/d), sua importância estratégica é amplificada por sua posição no Estreito de Ormuz, por onde transitam 20% do consumo global de petróleo, e por operar com capacidade de reserva limitada. A análise de diferentes cenários indica que, sob condições atuais com danos limitados, preços próximos a US$ 70/barril parecem sustentáveis, enquanto uma interrupção parcial de 50% da produção iraniana poderia ser compensada pela capacidade de reserva saudita, e um cenário extremo de produção iraniana zero elevaria os preços acima de US$ 90/barril. A capacidade global de absorver perturbações na oferta iraniana demonstra-se mais robusta do que as reações iniciais dos preços sugerem, com a OPEP possuindo aproximadamente 5,1 mb/d de capacidade de reserva - significativamente superior à produção total iraniana. Para o Brasil, que produz 4,5 mb/d e exporta cerca de 1,4 mb/d (6º maior produtor global), os impactos parecem limitados e até benéficos: estima-se que cada 10% de alta nos preços do petróleo resulte em redução de US$ 11,4 bilhões no déficit em conta corrente, melhoria de 0,16% do PIB no resultado fiscal primário e elevação de 0,07 pontos percentuais na inflação, caso haja repasse para os preços domésticos.


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