General Mourão diz que "Maduro não seria louco a ponto de atacar o Brasil"

O vice-presidente Hamilton Mourão concedeu entrevista nesta quinta-feira, no Anexo II do Palácio do Planalto, à BBC NEWS Brasil. Leia abaixo o que pensa o general sobre a crise na Venezuela:

BBC News Brasil - Na sua avaliação, a situação da Venezuela, cada vez mais grave, pode resvalar para um conflito regional?
Hamilton Mourão - Eu acho que conflito regional, não. Da nossa parte nós jamais entraremos em uma situação bélica com a Venezuela, a não ser que sejamos atacados, aí é diferente, mas eu acho que o Maduro não é tão louco a esse ponto, né. E também vejo ali do lado mais complicado, que é o lado colombiano, acho que vai ficar nessa situação de impasse, como está. A questão interna é um problema.

BBC News Brasil - A mensagem que ele passa ao fechar a fronteira é muito forte. O que isso significa para o governo brasileiro?
Mourão - Na minha visão, ele fechou a fronteira exatamente para impedir que os venezuelanos viessem ao Brasil para pegar suprimentos. Ele quer manter o país fechado. Por que não acredito que ele imaginasse que nós entraríamos em força dentro da Venezuela - nós já reiteramos inúmeras vezes que não faríamos isso - para levar suprimentos.

BBC News Brasil - Nesta quinta, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, anunciou que viajará para a Colômbia para participar da reunião do Grupo de Lima - para a qual o senhor também vai. O Brasil poderia fazer parte de uma operação militar para retirar Maduro do poder ou para levar ajuda? O quão longe o Brasil iria? Como o senhor vê o papel do governo Trump nesta crise.
Mourão - Primeiramente, o Brasil tem um pensamento, há anos, de não interferir em assuntos internos de outros países. Então, não fazemos nenhum avanço militar sobre o território venezuelano. Este é o ponto principal. Nós podemos ajudar com auxílio humanitário, colocando suprimentos do nosso lado da fronteira, para que os venezuelanos possam vir para o Brasil e pegar.

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