Estrategista da SUN b|b — CEO G5
Assistindo ao US Open, não pude deixar de fazer uma analogia entre o tenista e o CEO. Ambos são “guerreiros solitários”, apesar de contarem com um competente time ao seu redor. Velocidade de raciocínio, tomada de decisões rápidas e precisão na execução são características comuns aos dois. Os CEOs, assim como os grandes tenistas, têm como principal meta serem melhores que seus concorrentes. Na disputa pela liderança de mercado, que não é diferente da realidade nas quadras, vence a princípio quem reunir mais vantagens competitivas comparáveis. O único problema é que inúmeras vezes o oponente surpreende, sendo superior nem que seja por apenas um breve momento. A mortal “winner ball” define quem vai para a final do “grand slam”. Somos muitas vezes expostos ao nosso limite. O medo de não conseguir virar o jogo, independente do campeonato, será sempre uma espada. Perder dói, muito.
Quem nunca perdeu, sequer pode dizer que teve o prazer de ousar sonhar em realizar seus sonhos. Alimentar a esperança é o que nos move. Não existe travessia sem pressão e tensão; mesmo assim, nem todas as organizações conseguem atravessar os oceanos. Apostar em concentração de produtos ou clientes sempre é uma navalha. Na fadiga, a fé desaparece, e muitos em função do cansaço perdem a noção do caminho. Basta ver o número de empresas em recuperação judicial no Brasil e no mundo, é um sinal de que alguma coisa está errada. Dessas, são poucas as que não acabam em falência. As ditas operações de reestruturação representam criptonita pura se, paralelamente, não houver um movimento para reativar a organização. A velha história das consultorias que se orgulham das suas “tesouras afiadas”, na minha opinião, deveriam ser responsabilizadas pelos seus atos criminosos. Ao cortar custos, exterminam o futuro das organizações.
São poucos os empresários, CEOs, executivos que têm coragem para dar um basta nos cortes; priorizar os bancos credores em detrimento da sustentabilidade mercadológica do negócio é um crime à organização. Vale reler “Built to last”, onde Jim Collins retrata com precisão a necessidade de distinguir aspectos imutáveis dos mutáveis. Propósito e valores nas empresas devem ser perpetuados, enquanto a cultura e a estratégia de negócios precisam acompanhar as mudanças de comportamento do mercado. Os aplausos e reconhecimento acompanham os vencedores. Os tenistas nos ensinam: consolidar é um verbo que deve ser praticado diariamente, exige um permanente renascer, acordar cedo, malhar, treinar incessantemente. O dia a dia dos executivos é pautado por viver o negócio na ponta, gastar sola de sapato, estudar, praticar a curiosidade, sendo incansável na busca por talentos novos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário