Mesmo com ordem judicial impeditiva, prefeitura retoma reconstrução do Dique do Sarandi, Porto Alegre

Num claro desafio a ordem judicial impeditiva, o prefeito Sebastião Melo ordenou o início, esta manhã,  da segunda fase da reconstrução do Dique do Sarandi. Inicialmente, as equipes atuarão na retirada das casas que já foram desocupadas na rua Aderbal Rocha de Fraga. A previsão é de que esta etapa dure 14 dias.

Após a limpeza do terreno, a estrutura do dique será refeita. 

O projeto geotécnico da reconstrução do dique prevê a utilização de argila, compactada em camadas, para a elevação da cota da estrutura. Atualmente, ela varia entre 4 e 4,5 metros. Com a obra, passará a ser de 5,8 metros - equivalente à cheia recorde do rio Gravataí, registrada no ano passado. Também serão feitos taludes, na proporção de um metro de altura para dois de largura.

Histórico - A reconstrução do Dique do Sarandi foi iniciada em julho de 2024. A primeira fase da obra, no trecho de 1,1 quilômetro entre as Ebaps 9 e 10, foi concluída em janeiro. À época, as intervenções foram paralisadas em razão da necessidade de acolhimento de 56 famílias. Em março, a Justiça determinou que o Dmae interrompesse todas as atividades na área. A decisão foi revertida nessa quinta, 26.

Dique do Sarandi - A estrutura de proteção contra cheias tem 3,5 quilômetros de extensão. Ela foi concebida na década de 1960, pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), e está sob a gestão do Dmae desde 2019. Conforme estudo contratado pela prefeitura, o dique foi fragilizado por intervenções humanas - sobretudo escavações, durante construções irregulares.

O projeto prevê, ainda, uma terceira fase de obras para a reconstrução de outros 2 quilômetros do dique. O início dos trabalhos depende do acolhimento de cerca de 500 famílias.

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