Alex Pipkin, PhD
Ao longo dos últimos oito anos, venho escrevendo sobre o que denomino de bommocismo destruidor. Aplicam-se políticas que soam como melodias sedutoras para a população, sobretudo para os mais pobres, mas que, no fundo, hipotecam o futuro. São medidas que encantam pela promessa imediata de alívio, mas que, no médio e no longo prazo, corroem as bases da economia, geram estagnação e atingem com brutalidade justamente aqueles que dizem proteger. Essa é a perversidade maior do populismo, ou seja, apresentar-se como bênção, quando não passa de maldição disfarçada.
A história econômica demonstra que intenções, por mais nobres que sejam, não imunizam políticas públicas contra resultados desastrosos. Como advertiram Friedrich Hayek, Milton Friedman e Thomas Sowell, a economia não se curva a discursos; responde a incentivos. Quando estes são mal desenhados, o efeito é devastador. O populismo, sobretudo o que se mascara sob slogans de “justiça social” e “igualdade”, distribui ilusões de curto prazo ao povo, mas cobra no futuro a conta da irresponsabilidade. Boas intenções não pagam dívidas.
No governo Dilma Rousseff, o represamento artificial dos preços de combustíveis e energia elétrica foi vendido como proteção ao bolso da população. O que se viu foi a Petrobras sangrar bilhões, tarifas explodirem e a confiança dos investidores evaporar. A medida que se anunciava “social” terminou por penalizar justamente os mais pobres.
No governo Lula, a redução do IPI para a linha branca foi saudada como motor do consumo popular. Geladeiras e máquinas de lavar ficaram mais baratas, é verdade, mas o ganho foi fugaz e artificial. Não houve aumento estrutural de produtividade; o que restou foi um buraco fiscal que recaiu sobre toda a sociedade.
O BNDES tornou-se um cassino estatal, onde apostas altas pagam-se com o dinheiro do povo. Nos governos Lula e Dilma, a política dos “campeões nacionais” despejou mais de meio trilhão de reais em empresas escolhidas a dedo. O discurso era de fortalecimento da competitividade global; a prática foi a concentração de privilégios e a socialização das perdas. Muitos desses “campeões” terminaram em escândalos de corrupção, enquanto o contribuinte arcava com a fatura.
Essa pedagogia perversa não terminou em 2016. Em 2023, com o retorno de Lula à cena do crime, vemos a tentativa de reedição do mesmo populismo econômico. A Petrobras voltou a priorizar a indústria naval nacional, pouco competitiva, em detrimento da eficiência. O BNDES, mais uma vez, é convocado para financiar projetos externos com o dinheiro do trabalhador brasileiro. A retórica é a mesma de sempre: desenvolvimento, empregos, justiça social. A realidade é o velho roteiro da ineficiência e da captura do Estado por interesses privados travestidos de bem comum.
A tentativa de redução da taxa de juros tornou-se a principal ferramenta desses governos populistas. Juros baixos não garantem crédito barato nem compensam políticas econômicas mal concebidas. No curto prazo, podem criar a ilusão de prosperidade e popularidade para o governo; no médio e longo prazo, resultam em inflação, distorções de preços e estagnação econômica. A prosperidade não se projeta com juros artificiais! É ilusão populista, doce aos ouvidos, amarga nos pés.
O populismo econômico sempre carrega a mesma marca. Uma promessa sedutora, mas com fatura pesada. Ao intervir de forma artificial, governos deseducam a população e criam gerações que acreditam que o Estado distribui prosperidade, quando, na verdade, só distribui dependência e estagnação.
Eis o ponto crucial e definitivo. O populismo não é apenas um erro de cálculo econômico. É uma falácia moral. Ele se apresenta como bondade, mas produz miséria. Proclama justiça, mas perpetua privilégios. Anuncia igualdade, mas entrega a desigualdade mais cruel, a do futuro sem esperança para os que mais precisam.
Ao fim, a realidade, implacável, sempre desmascara a farsa. Por mais que governos populistas maquiem o presente, a verdade econômica se impõe com dureza no longo prazo. O povo brasileiro já pagou caro por essas ilusões. A grande questão é se continuará disposto a pagar novamente pela mesma música enganosa, esse bommocismo destruidor que soa doce, mas retumba como tragédia para as próximas gerações.
Tragédias que se repetirão, enquanto, mantivermos, via voto, IMCOMPETENTES, mesmo honestos, em decisões estratégicas! Medicina não aprende-se apenas na prática, mas, Administração, Economia também não!
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