Artigo, especial, Facundo Ceúleo - Grêmio, escolhas criteriosas ou tiro no pé

Serve um jogador individualista, que joga pra torcida, o tipo enfeitado que só quer aparecer e esquece a equipe? A resposta é 100% não! Ninguém tolera. Faz a diferença e ganha a torcida aquele que pode nem ser tão talentoso, mas que se entrega, que é solidário, que busca resultado em vez de se preocupar com o próprio brilho.

Agora, por que não se usa um critério semelhante na hora de escolher um dirigente? (Vale para a política do clube e para a do país.) No campo, tudo, ou quase tudo é concreto. É fácil ver quem acerta ou erra passe, quem corre e quem faz corpo mole, quem tem preparo físico e quem cansa antes da hora. Já a política exige abstração. E pouca gente é capaz de pensamento abstrato. E aí, os que votam (na política do clube ou do país) podem acabar dando um tiro no pé. Basta acreditar em lorota, ir na conversa de quem promete o que não pode dar e cair na lábia dos espertos que só falam o que o eleitor quer ouvir. Aí já era!

Receio que isso possa acontecer no Grêmio nas eleições que se aproximam. Seria fácil fazer uma enquete. Bastaria pedir ao eleitor o seguinte: "escreva num papel cinco, só cinco características que você gostaria que o futuro presidente do clube tenha".

Não sei que respostas viriam. Sei que a maioria não gosta de quem fala com sinceridade. A maioria não valoriza quem faz lembrar que é difícil construir alguma coisa sem esforço e sem algum sacrifício. O dirigente que, em vez de usar critérios de simpatia, decide com a razão, pensando no melhor para o clube, que não se empenha em agradar à torcida para ser popular, esse acaba enfrentando uma oposição furiosa!

Torcida é massa. E massa não pensa, só reage. Os "identificados" e seus assemelhados da mídia tradicional exploram esse fato, baixando o cacete no diretor que não joga pra torcida, investindo na mediocridade da massa para... faturar! Influenciam, claro! Aí, no voto, num sistema eleitoral torto como o do Grêmio, há o risco de ser eleito quem tem mais lábia.

O Grêmio necessita, para começar, de um presidente com grande capacidade de diálogo, um conciliador, que saiba atrair gente talentosa que tenha vontade de somar esforços, de colaborar e fazer o clube grande como já foi: gente que quer servir o clube, não servir-se do clube! Hoje a dupla Gre-Nal é periferia no futebol nacional. Como reverter essa condição? Uma direção coesa, bem articulada, com um líder respeitável que sabe pôr pilha na equipe, provavelmente conduza o Grêmio a posições que já ocupou e merece ocupar de novo.

Tudo que o Grêmio não necessita é de um presidente desagregador, hábil em fazer narrativas e sem transparência, porque esse é o tipo que só se preocupa em ser popular em vez de pensar no clube: muita lorota e pouca sinceridade. Esse é o que joga pra torcida e atrasa a instituição!

Para deixar de ser periferia (e isso vale para Grêmio e Internacional), é preciso evitar jogadores enfeitados e dirigentes demagogos, politiqueiros com outros interesses.... Será preciso desenhar?


2 comentários:

  1. Gente, é muito triste ver nossos C lubes de futebol capengando em campo. Nossos Clubes sempre demonstraram raça, em primeiro lugar, e, depois, técnica, disciplina em campo, tanto tática quanto eticamente, e isso, gente, lamentavelmente, não vemos mais! PRECISAMOS NOS REFORNAR URGENTEMENTE fazendo renascer nosso espírito aguerrido! Muita PAZ a todos NÓS!

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