Este artigo é do Observatório Brasil Soberano
Na segunda-feira 13 de outubro, os brasileiros foram surpreendidos com uma notícia sobre uma pesquisa do Datafolha, segundo a qual 61% dos seus con terrâneos seriam contrários à exploração petrolífera na Bacia da Foz do Ama zonas, que deveria ser proibida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nota da agência Reuters, citada em vários jornais e sites noticiosos, infor mava que a pesquisa havia sido encomendada pela ONG Eko, descrita como um grupo de responsabilidade corporativa. A coordenadora de campanhas da organização, Vanessa Lemos, emitiu uma declaração informando: “Os próxi mos meses serão decisivos para o legado de Lula. A maioria dos eleitores bra sileiros querem que ele proteja a natureza e o clima”. A pesquisa, realizada com 2.005 pessoas no início de setembro, indicou que a maior faixa etária de oposição à exploração, se situa entre 15-24 anos, chegando a 73%. Em paralelo, a Eko comprou uma página inteira na Folha de S. Paulo para trans mitir um recado: “Lula: a COP30 não pode falhar... Dezenas de milhares de pes soas em todo o mundo pedem ao presidente Lula: proteja o clima e a natureza.” Como a pesquisa não consta do site do Datafolha, as informações a respeito dela e a avaliação dos resultados tiveram que ser garimpadas nas notas pu blicadas pela mídia. De início, salta aos olhos que uma pesquisa que prova velmente foi feita por telefone, com uma amostragem relativamente restrita e questões tão genéricas quanto enganosas (a exploração não se refere à foz do rio Amazonas, mas à Bacia da Foz do Amazonas, uma unidade geológica que se estende pelos litorais do Pará e do Amapá), dificilmente, pode ser conside rada como a “opinião média dos brasileiros” sobre o assunto. Ademais, independentemente do método de entrevistas e da amostragem, é evi dente que solicitar a adolescentes opinarem sobre um tema sobre o qual a grande maioria só tem acesso pelas campanhas alarmistas da “indústria do clima” não poderia proporcionar resultados diferentes. Sem falar que essa é uma geração que tem sido alvo de uma autêntica lavagem cerebral orientada pelo enfoque ca tastrofista, que tem início nos livros escolares dos ensinos Fundamental e Médio. Por outro lado, vejamos o que é a Eko. Trata-se de uma ONG virtual registrada como entidade sem fins lucrativos no Distrito de Columbia, Califórnia e Nova York, nos EUA, no Reino Unido e na Irlanda, e não possui uma sede física. Em seu site (www.eko.org), apresen ta-se como “um grupo global de consumidores que existe para coibir o poder crescente de grandes corporações”. E prossegue: “Lançada em 2011, nós usa mos o poder de ferramentas online para promover campanhas que mobilizam milhões de pessoas para ações que façam mudanças sociais. A nossa comuni dade é constituída de uma dedicada equipe que coordena campanhas com os nossos milhões de membros ao redor do mundo.” Sua especialidade são campanhas virtuais de propaganda contra os alvos corporativos selecionados, que mobilizam dezenas a centenas de milhares de 19 de Outubro de 2025. by Lorenzo Carrasco e Geraldo Luís Lino • ONG virtual, influência real: Eko financia campanhas digitais e pesquisas de opinião para influenciar políticas ambientais no Brasil, sem ter presença física nem transparência local. • Pesquisa manipulada e mídia aliada: O Datafolha foi usado para divulgar resultados enviesados sobre o petróleo na Foz do Amazonas, amplificados pela Folha e pela Reuters.
Nenhum comentário:
Postar um comentário