O Brasil de hoje é mais ou menos assim: um bate-boca geral. Às vezes se faz tanto barulho e há tanta discussão imprestável na esfera pública que a gente entontece e não consegue prestar atenção naquilo que é essencial para o país.
Um exemplo é o comunicado ao público que a Caixa Econômica Federal fez, há quase 10 dias, informando que havia completado o primeiro ciclo de pagamentos do Auxílio Emergencial de 600 reais para (notem): 58,7 milhões de brasileiros! É isso mesmo: receberam o recurso cinquenta e oito milhões e setecentas mil pessoas! Nossa Senhora. Isso equivale à população da Itália! Isso é uma Argentina e meia! Isso corresponde, em números, a 80% da força de trabalho (quantidade de pessoas ativas) do Brasil.
É importantíssimo. E inédito.
Isso não é nada mais nada menos que a maior transferência de renda extraorçamentária a fundo perdido do Estado brasileiro, em toda a nossa longa história, do Império, da República, ou do período colonial.
Não é uma questão de ser pró-governo ou contra o governo.
Esse é o debate econômico mais importante no mundo hoje. A questão monetária e a questão fiscal. É o tema mais moderno e necessário na discussão que se faz em todos os países sobre o tamanho do Estado e a função dos Bancos Centrais.
Somos um gigante adormecido que tem fôlego. Mas parece que não vemos o essencial.
Receberam o auxílio emergencial 58,7 milhões de brasileiros - e o Brasil não vai desaparecer do mapa por isso.
Só esse fato poderia desencadear um dos mais frutíferos debates econômicos no país - no Congresso, na imprensa, nas mídias sociais, nas escolas, na Universidade; com teses, publicações acadêmicas, livros, ensaios sobre a economia, o papel do Estado, a política da moeda, a saída da crise, a continuidade das reformas, as mudanças que precisamos fazer, a retomada do emprego e do desenvolvimento.
Em busca de caminhos e alternativas que poderiam nos levar a um futuro melhor.
Mas não. Ao invés de canalizar nossa energia para o essencial, gostamos de entrar todo dia em um bate-boca sobre coisas que, na maior parte das vezes, não nos levam a lugar nenhum.
E?
ResponderExcluirMas com esse povo e dirigentes e mídia arrogante?
ResponderExcluirO Brasil, infelizmente, não deu certo! Os próprios brasileiros destruí ram a país. Nos próximos meses passaremos a viver num país assolado pela pobreza e a violência.
ResponderExcluirUm texto para emoldurar!
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