Opinião do editor - O que fazer ?

Vão se confirmando duas evidências claras do que aconteceu no domingo retrasado, dia 8, em Brasília.

Em cima da crítica severa que fiz aos inéditos e criminosos atos de vandalismo realizados por uma minoria da minoria no Congresso, Palácio do Planalto e STF, tentei apartar duas circunstâncias que estavam sendo evitadas pelo universo político e midiático, até mesmo pelos órgãos de segurança. 

Intitulei-as como:

- Infiltrados.

- Armadilha.

Já vou tratar da questão da minoria da minoria, porque tem profissional no meio, conforme constatou a própria PMDF, mas resta saber de que lado eles atuaram (parece que ninguém quer identificar os donos dos rostos apanhados nos vídeos e fotos).

Ultrapassada a primeira onda de histeria política, midiática e institucional, quando os milhares de manifestantes de Brasília foram jogados na bacia das almas por onde circulam perigosos extremistas terroristas, alguns mais destemidos políticos, militares da reserva e até jornalistas, passaram a fazer aquilo que é princípio geral do direito e até do jornalismo: ouvir a outra parte, fazer o contraditório.

Não quero ir longe demais, mas resumindo o que já parece ser o maior escândalo político do século, vou repetir o que disse, embora de forma oblíqua, o governador de Minas, Romeu Zema, no programa Time Line, da Rádio Gaúcha:

Infiltrados – Ele fala em minoria da minoria que vandalizou, mas não os identificou. Eu, sim, identifico: dos dois lados. 

Armadilha – Zema não usa esta palavra, mas diz claramente que o governo Lula deixou rolar, sabia o que poderia acontecer e tira proveito político próprio, como se percebe.

Isto ficará esclarecido ?

Tem muito cachorro grande que vai botar a mão na moleira, entre os quais o próprio Bolsonaro, o bode expiatório usado e abusado acusado pelo sistema, mas que parece ser como massa de pão bem fermentado: quanto mais bate, mais cresce.

O sistema ganhou esta batalha, mas não poderá comemorá-la por muito mais tempo.

O povo brasileiro já aprendeu a superar o medo (aprendeu a fazer política, como diz Bolsonaro), até porque já derrotou o sistema nas batalhas do impedimento da Dilma, da prisão do Lula, na eleição do Bolsonaro e na sustentação básica das consignas do seu governo, com ênfase para a economia liberal, os valores sociais conservadores e a prática de governo eficaz.

O que fazer, agora ? 

Trata-se de um novo patamar de enfrentamento político, claro que dentro das 4 linhas, como gosta de frisar Bolsonaro, mas desta vez a oposição não parlamentar, que foi a que atuou depois de conhecidos os rejeitados resultados eleitorais, terá que contar com a organização sistêmica da nova oposião, a que emergirá a partir da posse dos novos deputados e senadores, que não terão como abrir mão da liderança de Bolsonaro.

Duela a quem duela.

Esta é uma verdade indesmentível e que se impõe por si mesma.


Um comentário: