Artigo, Marcus Vinícius Gravina - Jornalismo – Código de ética conspurcado

A pauta da edição de 16 de dezembro da ZH foi de uma perfeita combinação de parcialidade explicita – pau no general Braga Netto.  

Aconteceu também na mídia irmã nacional, sustentada por escandalosa verba publicitária do governo federal e de suas estatais.  Sem falar em prováveis anistias fiscais da bondosa Receita Federal, de suas empresas concessionárias do serviço público de televisão. É só lembrar do episódio da renovação do contrato da TV Globo, mantida  em silêncio “ensurdecedor”. 

A página 18, com a Opinião da RBS foi a senha. O jornalista Rodrigo Lopes no Informe Especial deu sequência: “O cerco está se fechando, por pouco não foi eleito vice-presidente da República na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.”

Foi além da simples informação como uma obrigação social com a verdade no relato dos fatos ao divulgar o envolvimento do general Braga Netto, com um suposto “plano para matar o então eleito Lula, seu vice, Geraldo Alckimin e o ministro do supremo, Alexandre de Moraes”. 

Empolgado pelo incentivo da Opinião da RBS, ou diretriz, assumiu o papel de julgador do inquérito da Polícia Federal. 

Sem respeitar o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que impõe a presunção da inocência como um dos fundamentos da atividade jornalística, foi logo chamando de traidor o general perseguido da vez - “Braga Netto,  envergonha a caserna ao se tornar o primeiro general quatro estrelas preso na redemocratização e porque traiu colegas de farda que se opuseram ao plano, o general Freire Gomes e o Brigadeiro Baptista Junior”. 

Foi além, ao instigar mais prisões. Vejam o que este jornalista disse, que haverá mais: “tudo indica para ex-titulares da Secretaria-Geral do Presidente e para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 

No embalo do time da ZH, em sua influete coluna - que apreciei muito no passado – talvez sem ter lido o art.9º, do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que fixou como principio a presunção de inocência, não esperou que o general e outros do inquérito da Polícia Federal fossem tornados réus.  Logo  sentenciou a jornalista Rosane de Oliveira: “Braga Netto desonra o Exército com trama golpista. Braga Netto envergonha o Exército Brasileiro. Deixou suas digitais em vários capítulos da fracassada trama golpista que tentou impedir a posse do presidente eleito”.

“O general Freire Gomes, foi o primeiro a dizer não à trama golpista na alta cúpula das Forças Armadas. O Outro foi o comandante da Aeronáutica Baptista Junior. Só o chefe da Marinha, Almir Garnier ficou ao lado dos golpistas”. Declaração gravíssima. Por muito menos muitos foram presos, usam tornozeleiras ou tiveram seus bens sequestrados. O Ministério ficará calado. 

Esta foi uma reunião de comandantes das FFAA convocada pelo presidente Bolsonaro, para consulta de fazer valer ou não, um ato constitucional de Defesa da Lei e da Ordem, (art, 142, CF) em virtude da explosiva inconformidade, revolta popular face à negativa da auditoria das urnas eletrônicas com suspeitas de fraude na apuração dos votos. Isso não é crime. Não passou de uma cogitação. 

O que a esquerda chama de golpe é um artigo da Constituição Federal, que em situações anormais, de desordem pública, aciona tal dispositivo de lei meddiante iniciativa do presidente da República. 

Com a negativa de dois oficiais superiores presentes na reunião do Palácio do Governo, nada mais aconteceu. Deu-se a posse do Lula. A reunião com os chefes militares que estiveram presentes não pode ser acoimada de golpe. 

O golpe foi outro, do qual o general Braga Netto e o Bolsonaro suspeita-se por serem vítimas  na perda da eleição na contagem dos votos e que ministros do STF não admitem que se fale das suspeitas de irregularidades eleitorais. 

No mesmo diapasão a jornalista Kelly Matos, em sua coluna – Opinião. 

Muito infeliz e apelativa ao pretender associar o caso do crime cometido contra o deputado federal Rubens Paiva em 1971, que será lembrado por muitas gerações, ao nome de Braga Netto, assim como as mortes causadas por prisões de inocentes no campo de concentração da Papuda em Brasília em 9 de janeiro. 

Haverá logo outro filme contando a verdade sobre cilada do quebra-quebra instigado por políticos palacianos e a odiosa perfídia de um general do Exército, tido por herói pelos adeptos do regime de exceção, da ditadura.

Diante da existência de jornalistas convertidos em juízes de notável saber jurídico, pode-se propor a extinção do Superior Tribunal Militar, que não passa de um “Belo Antônio” (filme ítalo-francês de 1960, sobre um falso garanhão), de algumas fardas engalanadas.  

Enquanto isto, seremos distraídos pelas festas de fim de ano, férias de verão, recesso do Congresso Nacional e o carnaval.

Não se falará mais em:

Lava Jato, da suspeitíssima fraude nas eleições de 2022,  atentado à faca contra o Bolsonaro, ação dos Auditores Fiscais da Receita Federal sobre a fiscalização de dois ministros do STF, impedidos de cumprirem suas obrigações funcionais, da falta da declaração de bens no momento da posse dos ministros do STF, da anulação de decisões da Lava Jato e consequente devolução do dinheiro aos ladrões confessos, das urnas eletrônicas com comprovante dos votos ou de quem possa informar os detalhes do processo de renovação do contrato de concessão da TV Globo e do impeachment de ministros do STF. 

Caxias do Sul, 17,12,2024

  

2 comentários:

  1. Não tenho palavras em tamanho suficiente para elogiar a coragem, o destemor e a aguda massa crítica do Dr. Gravina, cujos artigos obrigatoriamente o engrandecem junto a classe. Parabéns Dr. Gravina, é o mínimo que lhe digo.

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  2. Quando estiver completo o amordaçamento, conheceremos, com muito sofrimento, o que é democracia esquerdista!

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