- Diza Gonzaga é diretora institucional do DetranRS
Espaço democrático por excelência, o trânsito é o lugar
onde deixamos nossa marca, não somente como motoristas, pedestres, ciclistas,
motociclistas, mas também com nossos valores, desejos, preconceitos, afetos e
desafetos.
A dona de casa, o empresário, o professor, a médica, o
estudante, todos nos encontramos neste espaço, onde quase sempre estamos de
passagem. Como não vamos estabelecer uma relação duradoura com todos aqueles
que cruzam nosso caminho, é comum que essa relação fugaz não seja exatamente
calorosa.
É claro que a cidade também fala. E ela está afirmando,
através de avenidas largas onde se espremem ciclovias, calçadas por vezes
estreitas e não raras vezes malconservadas, que a rua é dos carros. Pedestres,
ciclistas, skatistas, cadeirantes são elementos intrusos. Essa paisagem é mais
uma na grande lista de urgências que precisamos enfrentar.
Mas a agressividade, os acidentes que presenciamos quase
que todos os dias e que deterioram nossa qualidade de vida não podem mais
esperar. Não podemos tolerar 40 mil mortes no trânsito a cada ano e milhares de
feridos e sequelados, como se fossem apenas fantasmagóricas estatísticas.
Se o trânsito reflete nosso grau de civilidade como povo,
não está só na mão de um governo ou de um órgão mudar essa realidade. Está em
todos nós. E não é porque o outro poderia ser seu irmão, sua mãe ou seu amigo.
É porque, de fato, o outro é uma mãe ou uma filha, um pai ou um amigo de
alguém.
Reconhecer a humanidade no outro é um sentimento que tem
nome: empatia. A palavra, que às vezes é confundida com simpatia, não deixa de
trazer uma relação. Ter empatia por alguém significa colocar-se no lugar do
outro, prezar a vida do outro como a nossa.
Por isso, nesta Semana Nacional do Trânsito, estamos
lançando não uma campanha, mas um movimento. Esse movimento vai nos guiar nos
próximos anos, mas precisamos de você para conseguirmos mudar esta difícil
realidade. Queremos que esse movimento se espalhe pelo Rio Grande e atinja o
coração de todos os gaúchos. Que sejamos guiados pela empatia – no trânsito e
na vida.
Vamos, juntos, construir um trânsito mais fraterno e
seguro!
Concordo,mas: Nada adianta somente "conscientização" sem punição mesmo no transito. Eu morei 4 anos em Torino, Itália e tenho Carta Italiana e lá não tem perdão, o mesmo vale no USA. Dizem que os europeus são mais cultos, o que uma grande falácia. Infrações de transito são punidas sem perdão e doem no bolso. O resto é perda de tempo e muita conversa mole. Nos USA se paga o poste quebrado, a Ambulância se você for culpado e bebida vai preso na hora e tem que admitir a culpa e pagar os danos e a fiança. Aqui vivemos a impunidade e o choro dos maus motoristas, pedestres, motociclistas e agora os ciclistas e patinetistas.
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