O PIB brasileiro deve crescer 1,5% em 2026, após avanço de 2,0% em 2025, refletindo consumo firme, mas investimento fraco e política monetária restritiva. O impulso fiscal será positivo, porém limitado por restrições orçamentárias e não deve levar o crescimento acima do potencial.

O consumo das famílias deve subir 2,1%, sustentado por desemprego baixo, aumento real dos salários e medidas fiscais como a isenção de IR para renda até R$ 5 mil. Esses fatores devem elevar a massa de renda real em 3,6%, garantindo que a demanda interna siga como principal motor da economia. O pacote de estímulos fiscais e de crédito — incluindo gastos com defesa e educação, recursos do Propag e novas regras do Minha Casa Minha Vida — pode somar cerca de R$ 160 bilhões e contribuir com até 1 ponto percentual no PIB.

O investimento seguirá limitado por juros altos e baixa confiança empresarial, embora menos sensível às taxas devido à expansão do mercado de capitais. A formação bruta de capital fixo deve desacelerar e pode cair se a confiança industrial permanecer próxima aos níveis atuais; uma melhora poderia levar o PIB a cerca de 2%. O setor agropecuário deve crescer 3,2%, mas enfrenta riscos relevantes ligados ao desempenho da safra, que pode reduzir o PIB total em até 0,2 ponto percentual.

A trajetória trimestral indica aceleração ao longo do ano com cortes na Selic e maior estímulo fiscal. Em síntese, o cenário combina consumo resiliente com restrições monetárias e fiscais, resultando em crescimento moderado e sem sinais claros de forte aceleração em 2026. Choques como variações na safra ou mudanças na execução fiscal podem alterar esse quadro.


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