O Conselho Federal da OAB confia na força de nossas
instituições democráticas e condena qualquer tentativa de recuo nas
investigações e no combate à corrupção.
Reiteramos apoio a essa luta, que é hoje de toda a
sociedade brasileira – e de ninguém em particular.
Somos favoráveis a essa iniciativa e temos apoiado, no
essencial, as ações que promovem profundas mudanças de paradigmas na política e
na vida pública brasileiras.
Não admitimos, porém, que, a esse pretexto, se percam de
vista fundamentos elementares do Estado democrático de Direito, de que é parte
indissociável o respeito ao rito judicial.
Assim como é inconcebível que se tentem anistiar,
sobretudo em causa própria, crimes contra o patrimônio público, cerceando a
ação de juízes e promotores, também o é a supressão do direito das partes, cujo
papel cabe à advocacia. Trata-se de direito humano inalienável, sem o qual não
há Justiça.
Há justiceiros. As prerrogativas da advocacia,
sistematicamente negligenciadas, são prerrogativas da cidadania. Violá-las
constitui crime – e tipificá-lo, no bojo da votação dessas medidas, é vital
para que seus objetivos se cumpram. Não pode se tratar de competição entre Poderes
– e muito menos destes com a sociedade.
A OAB igualmente reafirma que continuará atuando para que
nenhuma anistia ao caixa 2 seja aprovada. Caso esse atentado à democracia seja
aprovado, a maior entidade civil do país irá ao STF para derrubá-lo. A Advocacia
propõe, há muitos anos, que seja tipificado o crime de caixa 2.
Esse é o grande avanço que o país precisa no combate à
corrupção eleitoral.
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