A Odebrecht confessou o pagamento de 3 milhões de reais
ao presidente da Petrobras. A partir daí, foram feitas as seguintes diligências,
segundo a nota do MPF: “análise de ligações telefônicas, identificação junto a
hotéis de reuniões secretas, descoberta mediante análise de cartões de crédito
de encontros em restaurantes, colheita de comunicações ocultas por aplicativos
de celular que eram destruídas em tempo pré-determinado para apagar os
vestígios de crimes, bem como exame de anotações que apontam para pagamentos de
despesas de hospedagem em favor de familiares de Aldemir Bendine”.
Mais ainda:
“Já neste ano de 2017, um dos operadores financeiros que
atuavam junto a Bendine confirmou que recebeu a quantia de R$ 3 milhões da
Odebrecht, mas tentou atribuir o pagamento a uma suposta consultoria que teria
prestado à empreiteira para facilitar o financiamento junto ao Banco do Brasil.
Todavia, a investigação revelou que a empresa utilizada pelo operador
financeiro era de fachada.
Além disso, não foi apresentado nenhum material relativo
à alegada consultoria e não foi explicado o destino de valores, a forma oculta
do recebimento, a ausência de contrato escrito para serviços de valor
milionário e o motivo da diminuição do valor de tais serviços, que inicialmente
seriam, conforme reconhecido pelo próprio operador, de R$ 17 milhões, para R$ 3
milhões.
Buscando dar aparência lícita para os recursos, o
operador financeiro, após tomar ciência das investigações, efetuou o
recolhimento dos tributos relacionados à suposta consultoria, cerca de dois
anos após os pagamentos, com o objetivo de dissimular a origem criminosa dos
valores. Há indícios que a documentação também foi produzida com intuito de
ludibriar e obstruir as investigações”.
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