O
deputado Paulinho da Força revelou que "o Centrão discute reforma [da
previdência] desidratada que não reeleja Bolsonaro". Esquerdista engastado
no Centrão, ele não teve pudor de contar que "trabalha para ganhar
tempo" na tramitação da reforma. E acrescentou: "Quanto mais tempo a
gente ganhar, mais gente fica contra."
Como
Bolsonaro estimou uma economia de R$ 800 bilhões com a aprovação da reforma,
Paulinho calculou: "Nos últimos três anos de mandato [com esse montante]
ele teria R$ 240 bilhões para gastar, ou seja, garantiu a reeleição." É o
que ele e o Centrão tentam impedir.
Quer
dizer, sem se importar com o futuro do Brasil e desdenhando o sacrifício do
povo, uns quantos, como Paulinho, estão tentando prolongar a crise para
derrotar o governo.
Existe necessidade de uma reforma da
previdência? É claro que sim! Que reforma? Não sei. É questão inclusive de
cálculo atuarial, coisa que poucos dominam. Mas o óbvio e inconteste é que o
fato simples de o Brasil estar ficando mais velho (haverá mais idosos que
jovens dentro de alguns anos) já é motivo inarredável para a previdência ser
reformada.
Alegam
que a previdência é deficitária porque seus recursos foram desviados para fins
que não têm nada a ver com o sistema. Pode ser: até para construir Brasília,
tiraram dinheiro da previdência! E daí? Seria um bom negócio vender a obra de
Oscar Niemeyer e devolver o arrecadado à previdência. Mas quem vai querer
comprar? É melhor pensar como adultos!
Só que,
para debater a reforma da previdência e pensar o que fazer daqui para frente,
há poucos. Já atuando de má-fé há muitos: são os que pretendem não impedir, mas
fazer que seja uma reforma ruim. Eles adulam o povo, falam aquilo que uma
infantilizada parcela da população deseja ouvir, enquanto, em surdina, se
empenham em "desidratar" a reforma.
É uma
aliança de parasitas, que tem, por um lado, a esquerda bolivariana, que busca o
poder a qualquer custo, e, por outro, a turma do "meu pirão
primeiro", que faz qualquer negócio para seguir sugando a seiva da nação.
As duas facções são regidas pelo egoísmo. As duas perdem com o sucesso da
reforma. E, para impedi-lo, fazem qualquer conchavo.
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail do autor: sentinela.rs@uol.com.br
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