o A atividade doméstica segue ganhando tração. O IBC-Br registrou crescimento de 1,3% em maio. O resultado, abaixo das expectativas, reforça a expectativa de retração do PIB no segundo trimestre, influenciado principalmente pela forte queda em abril. Os primeiros indicadores deste trimestre, por sua vez, mostram continuidade da retomada dos meses anteriores. Os índices de confiança da FGV seguiram avançando na primeira quinzena de julho em todos os setores, assim como os emplacamentos de veículos.
o Aceleração da inflação no atacado não tem se traduzido em altas ao consumidor. O IGP-10 subiu 1,91% em julho, refletindo as pressões de minério de ferro, petróleo e proteína animal. Os próximos IGPs seguirão pressionados, com aceleração de preços agrícolas e de derivados de petróleo. Entretanto, o repasse de preços no atacado ao consumidor final deve seguir contido em ambiente de baixo crescimento.
o A atividade global continuou surpreendendo de forma positiva. O PIB da China cresceu 3,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. A expansão na margem, de 11,5%, compensou a retração de 9,8% registrada nos primeiros três meses do ano. Os resultados de diversos indicadores como produção industrial, exportações, importações e investimentos fixos referentes a junho indicam continuidade da melhora. Nos EUA, a produção industrial e as vendas no varejo de junho reforçaram a trajetória de retomada com expressivas surpresas positivas no varejo. O mercado de trabalho norte-americano também mostrou melhora, com redução de 1,3 milhão de novos pedidos de auxílio desemprego.
o Cenário para segundo semestre ainda reserva incertezas, relacionadas à evolução da pandemia e às tensões entre China e EUA, que continuam anunciando sanções. Por ora, os riscos de uma segunda onda de contágio estão concentrados em algumas regiões dos EUA, sendo que algumas já voltaram a intensificar as restrições de circulação de pessoas. Não acreditamos em fechamentos amplos como observado na primeira onda, mas o aumento de restrições mesmo de forma localizada pode reduzir o ritmo de retomada nos meses à frente, na ausência de vacina e/ou medicação eficaz.
Perspectivas para a próxima semana
o Resultado de IPCA-15 de julho será foco da agenda doméstica. Esperamos alta de 0,49%, acelerando frente ao fechado de junho, com reajustes de combustíveis, energia elétrica e medicamentos. Por sua vez, os núcleos devem se manter bem comportados, com variação em torno de 2,15% nos últimos 12 meses e mais próximas de 1,2% em 3 e 6 meses. A agenda também contará com a divulgação das sondagens da indústria (prévia) e do consumidor.
o No exterior, destaque para dados de atividade da Área do Euro e dos EUA. As prévias dos índices PMI de julho da Área do Euro e dos EUA devem manter a trajetória positiva no início do terceiro trimestre. Nos EUA, o indicador será importante para avaliarmos se os fechamentos em algumas regiões acabaram se traduzindo em perda de ritmo de expansão.
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