Artigo, Fábio Jacques - Se eu fosse Deus.

Lembro que, quando criança, era comum na minha mente infantil achar que podia fazer algumas melhorias no mundo. A criação não estava perfeita, como por exemplo, haver frutas tão grandes como uma melancia em uma planta tão pequena e rateira. Melancia tinha que crescer em grandes árvores, sem pensar que quando elas caíssem do pé poderiam provocar grandes estragos em nossas cabeças.

A vontade de mudar as coisas continua e hoje penso que, se fosse presidente da república, faria muitas coisas diferentes, mesmo sem avaliar todas as consequências destas mudanças.

Se eu fosse presidente, vendo governadores e prefeitos se unirem para formar um consórcio para comprar vacinas, agradeceria a contribuição e, como eles têm, ou julgam ter, maior capacidade de resolução do que o presidente, avisaria que as vacinas compradas pelo governo federal seriam direcionadas prioritariamente àqueles estados e municípios que não têm capacidade de se abastecer diretamente do mercado internacional. Os que querem, podem e sabem como comprar melhor e mais rápido, ficariam por conta própria, recebendo as vacinas compradas pelo governo federal somente depois que os incapazes de comprar fossem completamente vacinados.

Creio que o grupo dos consorciados para a compra de vacinas, que acham que o governo não está se empenhando suficientemente para suprir todas as nossas necessidades, ficariam felizes em poder demonstrar à população que são melhores gestores do que o ineficiente ministério da saúde do igualmente ineficiente governo federal.

Não acham uma boa ideia?

Tomem a dianteira, governadores e prefeitos, e peçam para o governo federal suspender o envio das vacinas mal compradas, assumindo a responsabilidade de suprir, com muito maior eficácia, seus entes federativos.

De igual forma, como super gestores que são, desobriguem o governo federal de enviar dinheiro para suprir sua voracidade em gastar dinheiro e prender as pessoas em casa, e resolvam com sua expertise seus próprios problemas. Afinal, foram eleitos para isto.

Acho brilhante esta minha sugestão. Somente fico imaginando a cara destes super gestores quando virem as melancias sendo levadas para a copa das árvores frondosas ficando balançando sobre suas cabeças. Seria muito interessante observar suas reações.

Mas, afinal, não sou presidente e nem Deus. E como dizia, “seriamente”, um amigo meu, “eu não sou Deus, até por sinal, sou bem menos”. Humilde, não acham?

Será que, parafraseando este meu amigo, os governadores e prefeitos terão a hombridade de dizer publicamente: “eu não sou o presidente da república, até por sinal, sou bem menos”.

E segue o baile.


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