o Preços das commodities em patamar elevado e crescimento da economia mundial deverão levar a balança comercial brasileira a um saldo positivo de US$ 67 bilhões neste ano. Os preços dos principais produtos da pauta de exportação brasileira estão em patamares recordes, o que, em conjunto com o forte crescimento da economia global esperado para este ano, irá impulsionar nossos embarques para o exterior. Projetamos que as exportações alcancem US$ 246 bilhões neste ano. Por outro lado, a recuperação ainda gradual da economia doméstica e o câmbio depreciado irão limitar um crescimento de mesma magnitude das importações, que irão somar US$ 179 bilhões.
o As commodities que compõem a pauta de exportação brasileira devem ver seus preços mantidos em patamar elevado ao longo de todo o ano. Ainda que os preços do minério de ferro, soja e milho (que representam 30% do valor exportado pelo país) recuem durante o ano, projetamos altas de 22%, 35% e 39%, respectivamente, em relação a 2020. Com isso, o preço das nossas exportações irá crescer 11% neste ano.
o Preço do petróleo também elevado irá impedir desempenho ainda mais positivo do saldo comercial. As compras de combustíveis e derivados representam 8% da nossa pauta de importação e, como consequência, o aumento de 38% do preço do petróleo projetado para este ano levará a um aumento de 7% do preço das nossas importações. Já o quantum importado deverá ficar constante em relação a 2020, em função da recuperação ainda lenta da economia brasileira.
o A preços de hoje, superávit comercial poderia atingir US$ 82 bilhões. Em um cenário alternativo em que as commodities mantivessem os preços atuais durante todo o ano e o câmbio ficasse estável em US$/R$ 5,75 até dezembro, nossas exportações poderiam chegar a US$ 263 bilhões, enquanto as importações somariam US$ 181 bilhões. Note que os preços do petróleo, neste caso, mais do que compensariam o câmbio mais depreciado, levando ao aumento das importações em relação ao nosso cenário base.
o Saldo comercial recorde faria país registrar o primeiro superávit em transações correntes desde 2007. Em nosso cenário central, em que a balança comercial atinge US$ 67 bilhões neste ano, o saldo em transações correntes somaria US$ 3,4 bilhões. Esse valor equivale a 0,2% do PIB. Já no cenário alternativos, com preços das commodities e taxa de câmbio estáveis, esse valor poderia chegar a US$ 18,5 bilhões – o melhor resultado da história.
o Diante da expectativa de desempenho expressivo das nossas exportações neste ano, o fluxo de divisas pode ao menos conter a forte depreciação do real frente ao dólar observada até agora. O início da normalização monetária pelo BC e a forte desvalorização do real exibida desde janeiro tornam mais atrativo aos exportadores internalizarem parte dos recursos mantidos no exterior, que já superam US$ 35 bilhões. Assim, o influxo de dólares no país pode chegar a US$ 45 bilhões até dezembro.
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