Há perguntas que vão perseguir Geraldo Alckmin pelo resto de sua vida, a menos que ele volte atrás nas escolhas que está anunciando. Por quê?
Alckmin está por concretizar uma aliança com Lula, personagem visto por ele, Alckmin, como líder da maior corrupção já ocorrida no país.
Em 2017, durante uma convenção do PSDB, Alckmin foi incisivo denunciando Lula e seus comparsas, dizendo: "Os brasileiros não são tolos. E estão vacinados contra o modelo lulopetista de confundir para dividir, de iludir para reinar. Mas vejam a audácia dessa turma! Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime."
E lembrou a roubalheira do PT na PETROBRAS, destacando a herança maldita de Dilma Rousseff: a maior recessão da história do país e mais de 15 milhões de desempregados (nem a pandemia desempregou tanta gente!).
Falando a seus correligionários, discursando em comícios ou no papel de orador em eventos com empresários, ele acusou o lulopetismo de praticar a corrupção para enriquecimento patrimonial e, o que é pior, a corrupção dos valores morais e espirituais que sustentam a nossa sociedade.
Então, como tapar o sol com a peneira diante do seguinte silogismo?
Para Alckmin, Lula é um criminoso; Alckmin está por consumar uma aliança eleitoral com Lula; logo, Alckmin, para fins eleitorais, é capaz de fazer um pacto mesmo com quem, na sua avaliação, é um rematado bandido.
Ora, Alckmin tem uma biografia magnífica, de orgulhar filhos, netos, amigos e até seus eleitores.
Mal completara 20 anos quando se elegeu vereador em Pindamonhangaba, SP. Aos 24, tornou-se prefeito. Foi deputado estadual, deputado federal (dois mandatos), constituinte em 1988 e, por três vezes, governador de São Paulo, sempre bem-conceituado.
E, ainda, o que é raro entre políticos, teve uma exitosa carreira como médico e professor universitário.
Agora vai jogar tudo isso no lixo? Não se importará com o que vão pensar e sentir filhos, netos, amigos e eleitores?
Mas é na boca dos milhões de paulistas que sempre lhe devotaram tanto respeito que estarão as perguntas mais constrangedoras: Alckmin perdeu a vergonha? Ou nunca a teve, mas sempre enganou o eleitor? Ou Alckmin vai resistir ao assédio de quem tenta usá-lo para "voltar à cena do crime"?
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail: sentinela.rs@outlook.com
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