Artigo, Marcus Gravina - Invertebrados

As entidades empresariais brasileiras, organizadas em federações estaduais e confederações nacional, estão passando por uma metamorfose ou seja,  mudança muito intensa e rápida, em sua sempre tão altiva posição representativa e patriótica.

Uniram-se para defender as empresas e os seus titulares empreendedores de atividades produtivas urbanas e rurais. No caso desta semana a agressão foi contra empresários do comércio, sendo um deles conhecido em todo o Brasil, onde dá emprego a milhares de pessoas. 

Ele e os outros são tidos como adeptos políticos da Direita, apoiadores do Bolsonaro.  Por isso tiveram suas casas e empresas invadidas com ordem judicial, removidos seus computadores, celulares e recolhidos arquivos, suas pastas e bloqueadas as contas bancárias. E, não foi por outra razão. Trata-se de um ato de amedrontamento para que ninguém levante a cabeça e rasteje aos pés de quem se apresenta como soberano.  

Mas, voltemos à biologia. Depois da incursão de alguns ministros do STF no campo científico durante a pandemia - Covid 19, assim como retiraram dos médicos o livre exercício ou poder/dever de clinicar e tratar seus pacientes, conseguiram uma nova façanha.

A vacina Coronavac não transformou ninguém em jacaré.  Mas o recente ato de quem comanda os inquéritos do STF contra cidadãos,  apontados como inconstitucionais, antidemocráticos - por juristas e membros da Procuradoria da República - conseguiu  proeza maior.

Converteu as entidades empresariais em organismos de seres invertebrados.  Incapazes de reagirem às inconstitucionalidades e brutalidades que estão sendo cometidas contra seus associados e o povo. 

Falo de entidades dotadas de assessores jurídicos de grande saber ou a serem constituídos, que num momento grave como este,  poderiam elaborar pareceres reveladores das ilegalidades cometidas por ministros dos Tribunais, a serem utilizados em candentes manifestos públicos das Confederações, Federações  e Sindicatos empresariais.      

Os empresários também encontrariam um “Largo do São Franciso”  para leitura de sua Carta pelo Estado Democrático de Direito e ao respeito do Devido Processo Legal.   

Não se pode bradar “pelas armas” (Aux armes, citoyens! Hino da França), mas podemos empunhar canetas com muita tinta e coragem. 

O futuro é implacável. Irá cobrar o silêncio covarde de quem não souber lutar pelos nossos direitos e garantias individuais: livre pensamento e expressão.  

Caxias do Sul, 24.08.2022

Marcus Vinicius Gravina

Cidadão brasileiro 

Titulo Eleitoral 032803610434


Um comentário:

  1. OAB também permanece num silêncio ensurdecedor. Mas basta aparecer um caso policialesco que lá está o presidente da OABRS dando seu pitaco garantista.

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