Artigo, Marcus Vinicius Gravina - A classe média e o voto

- O autor é advogado, RS.

O que faz o eleitor com instrução acima da média ir aos comícios do Lula e votar nele, se não precisa entrar na fila do pão com mortadela e dos cinquentas reais, pagos a figurantes.   

Sobre certos banqueiros, empresários - com passagem pela Lava Jato – ou, integrantes do imponente Conselhão da Presidência (amigos do rei), parcela de magistrados e funcionários de estatais temerosos de privatizações, podemos dizer que já sabemos, pois foi o que elegeu o presidente Bolsonaro em 2018: indignação, revolução pelo voto. 

Há vários tipos de interesses, pessoais e classistas em jogo. E, nunca antes um alinhamento de políticos de países, dominados pela esquerda, tiveram tanta insolência ao atacarem um presidente da República para apoiarem o candidato do mesmo time da esquerda opressora e antidemocrática.   

Esta gente está agarrada às vantagens que incorporaram e não querem perdê-las. Os que perderam querem retomá-las nas amarras, como se fossem “cláusulas pétreas”, intocáveis. Estão demonstrando isto em meio ao desespero, de que são capazes a tudo, tudo mesmo, para mantê-las. 

Vão além de vinhos caros, lagostas, caviar e viagens pelo mundo com o dinheiro que falta aos 33 milhões brasileiros famintos - no dizer do benevolente partido de esquerda, que por mais de uma década governou o país. Quer fazer crer aos incautos, que estes infelizes irmãos são resultantes de um governo que sequer completou seu mandato de 4 anos, no qual bilhões foram aplicados para salvar vidas, durante 2 anos.   

A classe média brasileira tornou-se o alvo principal da esquerda - histérica e raivosa - de seus filiados, ao ponto dos seus adeptos pedirem a “morte da classe média”, com expressões inomináveis. Isto porque ela está alicerçada na hierarquia e educação familiares, que não aceitam que os seus filhos entreguem os seus pais ao tratamento de outros países vizinhos ao nosso. Isto é, a uma nova categoria de senhores de escravos e pleno século 21. Que direitos restaram às famílias venezuelanas? 

Sem classe média, não teremos liberdade, tampouco democracia. Quando o regime comunista nos transformar em “pó de traque”,  depois de nos desarmarem e tomarem nossos bens ou antes disto, elevarem os impostos a tetos insuportáveis para nos dobrar aos poucos e afogarem nossa fé religiosa, teremos uma nação de homúnculos.

O Brasil é um condomínio que por mais de 10 anos teve um síndico que desviou recursos de todos os condôminos isentões. Aconteceu  que num determinado momento se apresentou um Conselho Fiscal, que resolveu examinar as contas do síndico.  Desempenhou o seu papel de Lava Jato.  Aí todo mundo ficou sabendo dos desmandos e o mal causado.  Por isto foi acionado judicialmente e condenado em três instâncias, apesar de ter se valido do amplo direito de defesa assegurado pelo devido processo legal. 

Aconteceu, que ele voltou a morar no nosso prédio. Proclama  não haver no mundo ninguém mais honesto do que ele e apresentou-se aos demais condôminos como candidato à eleição de Síndico. 

Quer voltar sem informar quais os planos de governança do edifício ou quem serão os seus auxiliares.  O que foi possível saber de suas intenções veio como eco do boteco da esquina: Lá se ouviu dele que não irá deixar dormir sem remédio de tarja preta, os vizinhos que investigaram os seus atos, irá persegui-los, vai instituir um regime de controle das conversas entre os moradores, quando ligar rádio ou TV, determinar a hora de entrada e saída do prédio. Todos serão desarmados. Não irá se opor ao roubo por pivetes de celulares ou que destruam os canteiros do jardim. Não sabemos ainda, se ele irá permitir a invasão de apartamentos, antes de combinar com um amigo especialista de São Paulo. Para tudo isto irá propor uma constituinte ou seja, assembleia para alterar o Estatuto e o seu Regimento Interno. Conta para isto com exemplo de cooptação,   dos vizinhos que lhe chamaram de ladrão, que já haviam concorrido como ele e o absolveram como o Papa, prometendo o voto e fidelidade. 

Quanto aos condôminos que não votarem nele, se perguntarem o que acha disso, ele tem a resposta de “estadista” pronta: são uns bostas!  

Pois, assim me sentirei juntamente com muitos brasileiros e vou ter que engolir o porteiro do edifício prestando continência, que será exigida pelo novo síndico “ficha limpa”. 

Caxias do Sul, 19.10.2022 

     

Um comentário:

  1. Crítica mordaz e verdadeira. Ele quer voltar para acabar de vez com a vida dos condôminos, mas isto não vamos permitir.

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