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 A DECISÃO


As contingências da vida haviam me oferecido a oportunidade de exercitar, com meus valores, com a contundência que aprecio e para um cargo com meu perfil – uma candidatura ao executivo –, a resposta para minhas persistentes inquietações de ordem socioeconômica.


A decisão estava tomada: eu iria fazer política sendo candidato a governador do estado do Rio Grande do Sul pelo Partido Novo, número 30.


Eu seria candidato com os ideais de liberdade, de vida digna para todos, da busca da prosperidade e da construção dos meios para alcançá-los.


Eu seria candidato em defesa da emancipação da sociedade gaúcha, brasileira, através de uma política que conciliasse democracia com economia de mercado – liberalismo com capitalismo democrático.


Eu seria candidato através de um partido que não compactuava com a forma paternalista, populista e patrimonialista de fazer política; que defendia as liberdades individuais, o livre mercado e a eficiência na gestão do estado.


Eu seria o candidato que começaria com uma missão cumprida e vitoriosa: a missão de mostrar aos defensores da agenda capitalista no Brasil que este é o próximo passo necessário – a conquista de corações e mentes, a conquista de votos. Toda a importante militância conceitual, promovida pelas diversas entidades ocupadas com o tema; todas as instituições como a Fundação Estudar – um capítulo neste livro e na minha vida –, mobilizadas para ajudar o Brasil; assim como todos os exemplos e discursos da história, entregarão menos do que o possível e desejável, sem a devida e efetiva participação de seus representantes nos diferentes níveis de exercício do poder público, em cargos eletivos.


Ainda sentado, uma vida em vinte segundos, olhei para o relógio e pedi a conta do café. Eu tinha uma campanha para planejar e um mundo novo a descobrir.


Improvável e desconhecido candidato, ainda zeloso nas conversas e reservado quanto ao fato, foi com um condescendente sorriso de aceitação da nova realidade que vi estampada, no jornal O Globo, na coluna do jornalista Lauro Jardim, no dia 3 de julho de 2017, sob a chamada “Ex-presidente do Banrisul será candidato ao governo do RS pelo Novo”, a notícia de que “O Partido Novo bateu o martelo: Mateus Bandeira, ex-presidente da Falconi Consultores de Resultado e ex-presidente do Banrisul, será candidato ao governo do Rio Grande do Sul. A legenda já decidiu lançar candidatos ao governo em mais seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina”.


A cerimônia de filiação, junto com trinta amigos, aconteceu no dia 4 de agosto, 32 dias depois da notícia de O Globo.


Estava inaugurada, sem pompa, mas com a determinação das ações com ênfase e propósito, a pré-campanha de minha candidatura ao governo do Estado do Rio Grande do Sul.


Agora, era organizar a inigualável tarefa de colocar uma campanha na rua: coordenação, marketing, agenda, finanças, programa de governo, imprensa, produção de rádio, produção de televisão – mesmo para programas de sete[1] segundos, redes sociais, infraestrutura operacional (salas, móveis, veículos, computadores, telefones etc.), materiais de propaganda (impressos, adesivos etc.), logística, pessoal, núcleos partidários, militância, voluntários e imprevistos.


Do ponto de vista político, precisava ajudar o partido a compor as nominatas ao Legislativo Estadual e à Câmara dos Deputados e, afinal, montar a própria chapa majoritária: meu vice e os candidatos ao Senado da República.


Minhas inquietações de caráter político tomavam seu curso.

[1] O posterior indeferimento de uma das candidaturas levou o tempo para seis segundos.

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