Artigo, Facundo Cerúlio - Que os colorados saibam agradecer...

Quem salvou o Sport Club Internacional no enfrentamento com o River Plate foi o goleiro do América Mineiro. Não, não façam cara de gente normal, que esta coluna não enlouqueceu. Na decisão em pênaltis, o excelente Solari, do River, converteu de modo irregular e teve o gol anulado. Como foi isso?


Lembram o pênalti do De Pena no jogo contra o América? Foi igual. De Pena converteu o pênalti cobrando de canhota, mas a bola também tocou no seu pé direito, configurando dois toques, o que é irregular. O goleiro do América, que conhecia a regra, correu para o juiz, que acionou o VAR, o gol foi anulado e o Internacional perdeu a classificação para os mineiros. Em compensação, o pessoal assimilou a regra.


Só me falta vir alguém agora com a conversinha mole de que todo mundo já sabia que era assim. Essa não!


E aconteceu o mesmo no jogo contra o River.  Só que foi a favor do Inter. Solari, que cometeu o mesmo erro, teve o gol anulado porque os colorados, conhecendo a regra, exigiram o VAR. Em sequência, o mesmo De Pena perdeu o pênalti por imperícia. Ou seja, se ninguém reclamasse e o gol de Solari houvesse sido validado, a história teria outro final.


Sim, senhor! Quem praguejou contra o juiz e o VAR na outra ocasião, desta vez ficou muito feliz... E não aprendeu nada... É assim no futebol. É assim na vida. Ninguém encara com serenidade a aplicação de uma regra que lhe contrarie algum interesse. Pior, a maioria está pronta para fraudar as regras se for para levar vantagem.


Vou dar um exemplo que não é da gente, mas é da humanidade. A suprema corte de Banânia (republiqueta que fica não sei onde, não sou bom de geografia...), não respeita regras processuais nem, muito menos, a Constituição que lhe cabe guardar. E prende jornalistas, manda tirar do ar canal do Youtube de gente que sustenta a família por esse meio, solta bandidos, pune pessoas por darem opinião e persegue quem critica o governo daquele país. Mas a galera que apoia o regime acha que está tudo certo: "enquanto é contra os inimigos, tá bom", é o raciocínio.


E com a gente, como é? A galera daqui, se o atacante do seu time faz um gol com a mão, fica mais faceira do que égua com dois potrilhos. Mas se o juiz validar um gol irregular contra o seu time, aí grita, esperneia, pede justiça, faz o diabo... Gol com a mão vale só se for do atacante do time da gente, né? Porém, todo mundo acha que tem senso de justiça...


Volto ao Internacional e ao seu herói, isto é, o goleiro do América. Eu duvido que haja muitos colorados que lembrem o nome dele, se houver algum. Nem teriam por que lembrar até o episódio do pênalti perdido pelo jogador do River. Depois disso, tinham, sim, de lembrar e... agradecer!


Mas esses pelotudos acham que, escrevendo "gratidão" no Fake-Book, digo Facebook, já estão justificados. Tá bom! Não vão lembrar de agradecer ao rapaz.

Só para constar e fazer justiça... O goleiro do América Mineiro que ensinou a regra para os gaúchos chama-se Pasinato.

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