Vamos por partes, como dizia Jack, O Estripador.
Eu vou falar sobre o mais novo escândalo da nossa republiqueta de araque, que emergiu daquilo que promete ser uma série de reportagens a respeito das denunciadas ilegalidades cometidas pelo ministro Alexandre de Moraes durante e depois de todo o governo Bolsonaro, mas contra Bolsonaro e seus aliados ou seguidores.
Saiu apenas uma das reportagens prometidas pelo jornal que começou a mostrar aquilo que todo mundo via e não denunciava, algo como aquela história do rei que andava nu e só uma criança foi capaz de exclamar com escândalo que o rei estava nu.
Eu quero dividir este comentário em duas partes, a primeira delas muito curta.
Os autores da reportagem:
São o jornalista e advogado americano Glen Greenwald e o jornalista Fábio Serapião. Glen vocês sabem quem é: é aquele mesmo da Lava Jato, que publicou conversações pirateadas e acabou com a Lava Jato, colocando os dois principais atores - Moro e Dallagnol - sob o fogo inclemente do inferno, ou seja, sob o fuzilamento implacável do STF e seus aliados - todo o Eixo do Mal.
Foi a Vaza Jato.
Os bolsonaristasa odiaram Glen Greenwald, que chegou a apanhar na cara ao longo de um incendiário debate com o jornalista Augusto Nunes. Nunes bateu nele.
E agora ?
Pois o jornalista e advogado Glen Greenwald, autor da Vaza Jato, agora iniciou o Vaza Toga, como denomina apropriadamente o blog O Antagonista.
O que revelou Glen e Serapião na primeira reportagem, que repliquei também no meu blog polibiobraga.com.br ?
Eles provaram, inclusive com áudios que não se sabe como conseguiram, que o ministro Alexandre de Moraes deixou de atuar no seu campo de competência e atribuição, abusando e se desviando da sua função, confundindo provas emprestadas e com isto transformando a estrutura do judiciário em delegacia de polícia para perseguir pessoas e preparar relatórios dirigidos. Ele "ordenou" aos seus assessores realizações de investigações para serem juntadas ao inquérito das "fake news" e isto a fim de embasar decisões judiciais de Moraes contra bolsonaristas.Juntaram-se Moraes e o juiz auxiliar Ayrton Vieira, que é desembargador polêmico do Tribunal de Justiça de São Paulo, mais gente graúda do TSE. Ordens ilegais, como todos sabem, não devem ser cumpridas.
É o resumo da ópera.
E tudo com provas materiais recheadas de datas, locais, nomes, fatos.
Não é pouco.
O minsitro usou o setor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) denominado "Combate à desinformação", para lhe enviar peças e relatos para Moraes agir contra pessoas certas, ao seu talante, sem provocação do Ministério Público, com ênfases para o ilegal inquérito das fake news. Ele agiu por conta própria, como xerife, fazendo as vezes da PGR, de Delegado de Polícia, de Julgador e de Policial Penal.
E agora ?
A solução, claro, passa pelo Senado, onde já tramitam 22 pedidos de impeachment.
Hoje, o Eixo do Mal, ouriçado, saiu em defesa do ministro, que angelicalmente diz que não fez nada de errado. Só o Senado, legalmente, pode tirá-lo do STF.
As próximas reportagens irão derrubá-lo.
A oposição quer derrubá-lo e enfiá-lo na cadeia, agora, aparentemente, com o apoio de franjas do Eixo do Mal que parecem ter entendido que chegou a hora de se livrar da presença incômoda e descontrolada do seu xerife.
O escândalo envolve todos os acontecimentos protagonizados com mão de ferro por Moraes, tanto no STF quanto no TSE, o que envolve, então, o resultado das próprias eleições presidenciais de 2022.
Escândalos como este costumam derrubar as peças do jogo em sequência, como um jogo de dominó.
Quem viver, verá.
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