Artigo, Marcus Vinícius Gravina - Interferência dos EUA – Eleição de 2022

O deputado federal Felipe Barros, confiando em sua imunidade parlamentar ou constitucional, declarou com imagem e voz e eu vi – que houve interferência dos EUA na democracia do Brasil. Não foi gratuita, teria sido provocada, segundo os fatos arrolados por ele. 

Foram muitos, culminando com o do chamado “complexo industrial de censura”, experiência importada dos órgãos de intervenção daquele país em assuntos de outros países, com poderes “dissuasórios especiais”, possivelmente iguais aos da USAID, vindo à tona na mídia nos últimos dias.  

O deputado apresentou um vídeo em que o ministro Luis Roberto Barroso declarou: “os EUA tiveram papel decisivo para evitar golpe no Brasil”.  Prosseguiu: “Eu mesmo como presidente do TSE estive com encarregados dos negócios americanos em muitas vezes, mas em três vezes eu pedi apoio à democracia no Brasil.” 

O que isso, no fundo, tem a ver com os seus arroubos: “eleição não se ganha, se toma”, “vencemos o Bolsonarismo e o hostil, “perdeu mané, não amola”. 

Estes encontros aconteceram entre 2020 e 2022.  Curiosamente, neste período iniciaram as prisões, multas impagáveis a cidadãos e a partidos  políticos  por petições incomodas ao TSE e STF, banimento de contas de jornalistas, por censuras explícitas provocadas por partidos da esquerda ou espontâneas segundo a vontade dos ministros.  Um verdadeiro: cale-se a boca, senhores da direita.

A revista Veja chegou a publicar que o TSE iria contratar uma empresa particular com a finalidade de monitorar, com ferramenta tecnológica de última geração, as redes sociais sobre as mensagens que envolvessem o TSE e o STF.  Isto é, críticas ou denúncias as suas extravagâncias judicias ou de parcialidade eleitoral, que logo ficaram exposta aos eleitores atentos a algum desvio do processo eleitoral. A tática ensinada pelos consultores estrangeiros foi a de impor o medo e nisso encontram bons alunos no STF/TSE.   Mesmo assim, houve protestos.

O deputado afirmou que houve articulações para que os EUA interferissem no processo eleitoral do Brasil.  Foi visível a ingerência do Partido Democrata  dos EUA do presidente Biden e os métodos da força de persuasão, logo aplicados pelo TSE que foi, no dizer do deputado, obra do citado Partido Democrata norte-americano. 

É certo um ministro do STF pedir, com tanta insistência, a intervenção de outro pais no processo eleitoral do Brasil, mesmo que fosse em defesa da democracia? Uma democracia que não respeita,  sequer,  o Devido Processo Legal dos seus cidadãos? Qual a democracia esteve ameaçada, senão pelas urnas eletrônicas sem voto impresso ou comprovação dos votos? 

O PDT por muito menos, se vangloria até hoje por ter conseguido no TSE a suspensão eleitoral do Bolsonaro por oito anos, com a menção de “missão dada é missão cumprida” de um de seus ministros. 

O Bolsonaro reuniu a representação diplomática de alguns países acreditados em Brasília para expor – cara a cara – sem subterfúgios  a situação do país e as ações de ministros de seus tribunais judicias superiores conflitantes com a Constituição Federal. Reparem a diferença. 

Os fatos essenciais são estes. Cabe aos cidadãos refletirem sobre eles.

E, os demais deputados e senadores deixarão só, sem apoio o deputado Felipe Barros nesta relevante causa? Ou, irão pedir a cassação do seu mandato?

Nada mais me surpreende diante de tanta patifaria. 

Caxias do Sul, 19.05.2025


 


  

Um comentário:

  1. Artigo com redação coroada pela inspiração de santo Ivo, cujo aniversário se comemora hoje, especialmente na França, por ser o Patrono dos Advogados. Parabéns. Carlos Edison Domingues O.A.B/RS nº 3.626

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