"Falar em militares no poder é se fingir de fantasma
para assustar os outros", diz ministro do Gabinete de Segurança
Institucional
Sérgio Etchegoyen avaliou a ação das Forças Armadas nas
manifestações de quarta-feira e comentou os boatos sobre a volta dos militares
ao poder
Por: Tulio Milman
Gaúcho de Cruz Alta, o general Sérgio Etchegoyen é o ministro-chefe
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Faz parte do seleto
grupo que participa das decisões estratégicas do Planalto. Ele conversou com a
coluna na manhã desta quinta-feira. Confira os principais trechos:
O que motivou a convocação as Forças Armadas ontem
(quarta-feira)?
Havia duas opções claras. Uma era ir dormir
contabilizando prejuízos políticos por ter tomado a decisão. A outra, era ir
dormir contabilizando mortes. Às 14h30min nós enviamos um comunicado aos
secretários-executivos dos ministérios sugerindo a evacuação dos prédios. Por
volta das 15h30min, a situação se tornou incontrolável, quando atearam fogo no
prédio do Ministério da Agricultura. Os bombeiros não conseguiam chegar. Não
havia homens da Força Nacional de Segurança em número suficiente e nem da
Polícia Militar. Nós evitamos o pior. Não há qualquer fotografia de militar em
enfrentamento ou mesmo em contato com manifestantes. Cumprimos o nosso papel
legal de preservas as pessoas e o patrimônio público ameaçado.
Com a ação de ontem, voltou a se falar em militares do
poder....
Não faz o menor sentido. Falar em militares no poder é
pegar um lençol e se fingir de fantasma para assustar os outros. Em nenhum
momento nos últimos anos as Forças Armadas se afastaram da sua missão
constitucional e assim continuará sendo. Esse tipo de especulação me causa
inclusive irritação.
Qual a sua avaliação sobre a situação no dia de hoje e
sobre o futuro próximo?
Está tudo mais calmo. O presidente já revogou o decreto.
Precisamos agora de serenidade. Apesar das turbulências, o Congresso está
funcionando. O governo está trabalhando. O país não pode parar.
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