O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ontem, por
unanimidade, manter a taxa básica de juros em 6,50%, em linha com o esperado.
No comunicado divulgado após a decisão, o colegiado ressaltou que as medidas de
inflação subjacente se encontram em níveis “apropriados ou confortáveis” (nos
documentos anteriores a avaliação era apenas de níveis “apropriados” apenas), e
reavaliou o balanço de riscos de seu cenário básico para a inflação. As
projeções apontadas no comunicado indicam variações de inflação menores do que
as vigentes na reunião anterior e abaixo do centro da meta até 2019, atingindo
o centro apenas em 2020. Ou seja, o quadro é benigno para a variação de preços
no médio prazo. Na avaliação internacional, a visão é a de que o cenário segue
desafiador para as economias emergentes, tendo como principais riscos a
normalização das taxas de juros de economias avançadas e as incertezas em
relação ao comércio global.
Considerando o cenário de mercado do Focus, o IPCA
previsto para 2018 está em 3,7% (Selic de 6,5% e câmbio final de R$/US$ 3,78),
em 3,9% para 2019 (juro de 7,5% e câmbio final de R$/US$ 3,80) e em 3,6% para
2020 (taxa básica de 8,0% e câmbio de R$/US$ 3,80). No encontro anterior, em
outubro, tais projeções eram 4,4% e 4,2% e 3,7%, respectivamente, para os três
períodos. Já no cenário com Selic constante no atual patamar e câmbio estável
em R$/US$ 3,85 (nível médio da semana anterior à reunião), as previsões de
inflação ficaram “em torno” de 3,7% para 2018, e 4,0% para 2019 e 2020. Cabe
destacar que essas estimativas estão abaixo ou no centro das metas deste ano e
dos dois próximos, respectivamente, em 4,50%, 4,25% e 4,0%.
Ainda segundo o comunicado, houve melhora no balanço de
riscos desde a última reunião, com arrefecimento dos riscos altistas associados
ao prêmio de risco e à expectativa de continuidade de reformas, e elevação do
risco baixista ligado à ociosidade da economia. Ademais, o Comitê apontou que o
cenário prescreve política monetária estimulativa, suprimindo o “ainda prescreve”
encontrado nos documentos anteriores. O documento também suprimiu o trecho
anterior que indicava que uma redução dos estímulos monetários seria
condicional ao cenário prospectivo para a inflação. À luz do cenário básico, sem novos choques que alterem o balanço de riscos prospectivo para
a inflação, e da sinalização apontada pelo Copom, a Selic ficará
estável ao longo de todo o primeiro semestre de 2019, com altas em ritmo
gradual a partir do segundo semestre, alcançando 7,25% no final do próximo ano
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