Título original: Governo Bolsonaro confirma amplas maiorias
nas eleições algo diferentes da Câmara e Senado
A eleição para o comando da Câmara dos Deputados e do
Senado foi igual, o governo confirmou sua maioria potencial. Mas foi diferente
num aspecto importante de acompanhar no tempo: os deputados preservaram a
liderança do establishment parlamentar, os senadores não.
Em consequência, o cenário da Câmara dos Deputados emerge
mais organizado. Nada que no Senado não possa ser resolvido conforme os
solavancos da estrada vão acomodando as melancias na carroceria do caminhão.
Mas vai exigir algum trabalho do Palácio do Planalto.
No Senado, a liderança tradicional foi varrida, e o novo
presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), terá uma ampla base de apoio, mas não é
um líder político automático. Foi mais um candidato “anti”. Mas um bom líder e
um bom diálogo com Alcolumbre são caminhos ao alcance do governo.
O governismo na Câmara está distribuído em dois blocos.
Um duro, com três centenas de deputados, e um mais dito centrista, com pouco
mais de cem integrantes. Neste segundo, há uma minoria, PDT e PCdoB, que está
ali por razões táticas. Mas a ampla maioria é governista na agenda.
Na Câmara, os votos que eventualmente faltarem ao governo
na sua base dura poderão ser pescados no varejo da sublegenda light. Já no
Senado, o “anti-Renan” mostrou-se esmagador ao final, mas é impossível saber
agora quantos desses votos estão comprometidos com a agenda do Planalto.
De todo modo, o governo ultrapassou a primeira barreira.
Na Câmara, uma situação relativamente pacificada. Já no Senado, além de tudo,
será preciso observar como a “nova política” impactará o caso de Flávio
Bolsonaro. Será, no curto prazo, um bom termômetro do grau de controle.
alon.feuerwerker@fsb.com.br
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