Estaleiro Rio Grande apresenta perspectivas de retomada das operações ao governador do Estado


         O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, reuniu-se nesta quarta-feira (19), no Palácio Piratini, com executivos da Ecovix, administradora do Estaleiro Rio Grande. Além de receber informações atualizadas sobre o andamento do processo de recuperação judicial da empresa, Leite conheceu as perspectivas de retomada na geração de empregos na Zona Sul do Estado.
            De acordo com os executivos, o avanço no processo de recuperação é fundamental para a retomada das atividades no Polo Naval – e consequente geração de empregos para o município e a Metade Sul. Um bom exemplo deste potencial é o trabalho de limpeza do estaleiro: somente a remoção de mais de 100 mil toneladas de estruturas que seriam utilizadas na construção das plataformas P-71 e P72 deve gerar em torno de 400 empregos.
            Em janeiro, também foi aprovado pela Assembleia Legislativa e referendado pelo Executivo Estadual um projeto que autorizou a diversificação das atividades nas áreas do estaleiro. A companhia pretende utilizar a infraestrutura do estaleiro para exportação de granéis sólidos de origem vegetal, como cavaco de madeira e outras cargas.
            Na estrutura em Rio Grande está o maior dique seco do Hemisfério Sul – doca onde são construídas ou reparadas plataformas e embarcações. É equipado com dois pórticos, um com capacidade para movimentar 600 toneladas e outro, 2.000 – também entre os maiores do mundo. A área permite o trabalho em duas plataformas de forma simultânea.
            A Ecovix entrou com pedido de recuperação judicial no fim de 2016, depois de a Petrobras ter cancelado contratos para a montagem de plataformas de petróleo. Em agosto do ano passado, a juíza Fabiana Baldino, da 2ª Vara Cível de Rio Grande, homologou o plano de recuperação.
            Com isso, a companhia passou a concentrar esforços na limpeza do estaleiro e na busca por possíveis parceiros comerciais. Os ativos são avaliados pela Ecovix em cerca de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 3,9 bilhões). Todos os credores do plano habilitados até o momento foram pagos. O objetivo Ecovix é formar uma unidade produtiva isolada (UPI). Isso permite que a quantia arrecadada com a possível venda seja destinada ao pagamento da dívida restante.
  Durante a reunião, o governador sinalizou que o governo está disposto a colaborar para um desfecho positivo.  "É de interesse total do Estado retomar a atividade econômica e a geração de empregos no Polo Naval. Contem conosco para buscar caminhos legais para viabilizar isso", apontou Eduardo Leite.
         Para o diretor Operacional da Ecovix, Ricardo Ávila, o encontro serviu para esclarecer os envolvidos sobre o andamento da situação. "Nosso objetivo neste encontro foi o de informar o governo estadual dos avanços que estão ocorrendo, demonstrando que a mobilização do governo e da Assembleia Legislativa não foram em vão", afirmou.
        Também presente ao encontro no Palácio Piratini, o administrador judicial João Medeiros, da Medeiros e Medeiros Administração Judicial, enfatizou a postura do Grupo Ecovix. “Nós vemos com bons olhos a iniciativa da Companhia - que está em recuperação judicial - ao dar transparência ao governo do Estado das medidas legais de reestruturação que vem adotando, o que demonstra o seu interesse e a vontade de fazer todo o possível para retomar investimentos, com geração de emprego e renda.
            
Participaram da reunião, ainda, o deputado estadual Fábio Branco, o diretor de Energia do Grupo , Paulo Zuch, e representantes da empresa Agrodock.

A retomada das operações

            O Grupo Ecovix contratou uma consultoria especializada no setor, que elaborou um estudo para avaliar o potencial da operação. A empresa pretende ingressar nas seguintes áreas:
            1) Atividade portuária, com atracação de embarcações e movimentação de cargas;
            2) Reparos em plataformas petrolíferas e embarcações;
            3) Processamento de aço para a indústria metalomecânica;
           
            A movimentação de carga – que precisará de autorização do Estado e órgãos reguladores – não afetará a operação naval. O processamento de aço, corte e dobra, por exemplo, também poderá ser feito em paralelo, utilizando os equipamentos instalados no estaleiro.

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