No início da década de 90, acompanhei o empresário “gauchinês” Sheun Ming Ling, numa missão a Taiwan. Dentre as muitas visitas, a que mais me impressionou foi a que fizemos a um campus universitário, próximo à capital Taipei: ao lado dos blocos destinados a ensino e pesquisa, lá estava um parque industrial, com várias multinacionais de tecnologia digital, entre as quais tenho lembrança de ter identificado a Microsoft! Por isso, não me surpreendi quando, nos anos seguintes, Taiwan passou à proa mundial na produção de PCs – de certo era um dos frutos daquela parceria entre universidade e empresas de tecnologia avançada.
No Brasil, várias universidades seguiram o modelo, inclusive aqui no estado, onde vimos florescer o TecnoPuc, em Porto Alegre, logo seguido pelo TecnoSinos, em São Leopoldo. No primeiro, já nem sei quantas parceiras estão lá, além de Apple, Microsoft, HP, Oracle e a Associação Software Livre. Em São Leopoldo, entre outras, brilha a alemã SAP, atuando como uma espécie de âncora (como nos shoppings) do TecnoSinos. No mesmo rumo vai a Feevale, de Novo Hamburgo, que já instalou um polo do seu Techpark, em Dongguan, na China.
Por falar na China, as suas empresas digitais, que em 2010 nem apareciam no ranking mundial, em 2019 já estão entre as 15 marcas mais valiosas da categoria, segundo a BrandZ (divulgada pela Exame): a Tencent, no 5º lugar (à frente da IBM e da SAP) e a Huawey, no 15º. Então, o anunciado interesse dos chineses em investir aqui na região (como no Aeroporto da Serra), surge como uma oportunidade para que a nossa UCS busque alavancar o TecnoUCS, atraindo uma dessas campeãs digitais. Quem sabe a Huawey, que ponteia mundialmente a tecnologia 5G e está tendo dificuldade para entrar com ela no Brasil, diante da contrariedade atribuída ao governo americano? A UCS bem poderia se tornar uma “cabeça de ponte” da poderosa chinesa e, ao mesmo tempo, dar um salto de qualidade e competitividade no setor-chave da revolução tecnológica
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