E chegou a primeira vacina contra o SARS-CoV2, a russa Sputnik 5. Com ela veio o ceticismo,
real ou forçado, por ela ter pulado etapas. Mas
as dúvidas têm prazo de validade. A vacina
começa a ser aplicada em massa a partir de
janeiro, e aí se saberá quanto ela vale. Não só
em termos monetários, em capacidade de
imunização.
A onda de ceticismo explica-se também por a
corrida da vacina ter se tornado uma bateria da
disputa entre o Ocidente (conceito geopolítico),
liderado pelos Estados Unidos, e a aliança de
fato entre China e Rússia. Mas neste caso
específico da vacina o cavalo ocidental favorito é
britânico, de Oxford.
Sua excelência, o cidadão comum, não está
obviamente nem aí para a política, ou para a
politicagem: quer uma vacina que funcione. A
seguir todas as etapas religiosamente, só
teríamos vacina daqui a anos. E convenhamos
que esperar alguns anos não é o cenário mais
confortável. Bem longe disso.
Então é razoável supor que todas as vacinas
acabarão tomando algum atalho. De que
adiantará, inclusive comercialmente, alguém
aparecer com "a melhor vacina" daqui a quatro
ou cinco anos? Nada, ou muito pouco, se as
anteriores tiverem conseguido imunizar,
digamos, pelo menos uns 50% dos vacinados.
Até porque, convenhamos, a "imunidade de
rebanho" da Covid-19 leva jeito de andar bem
abaixo disso.
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