Sob o título "Nosso nebuloso sistema de votação", esta coluna advertiu, dias atrás, para a fragilidade (eufemismo) de um sistema baseado na "urna eletrônica", que nem urna é, mas um compilador de dados.
Aí, no dia da votação, estourou a bomba: hackers tinham invadido os "computadores" do Superior Tribunal Eleitoral (TSE).
Apesar disso, o pessoal da Justiça Eleitoral segue mantendo o surrado discurso da "total segurança da urna eletrônica".
Outra advertência foi para a possibilidade de alguém votar em nome dos que não comparecem no dia da votação.
O voto é virtual (não deixa vestígios e impede a recontagem); é grande o número de eleitores que não comparece; e é possível, aos mesários, ter certo controle sobre quem não vai comparecer.
Mas também nesse ponto a Justiça Eleitoral não reconhece o problema.
Oxalá, só existam mesários honestos...
Agora, como saber se, além de causar tumulto, os hackers não alteraram a votação em favor de candidatos de seu interesse ideológico?
E quem pode assegurar que ninguém tirou proveito das abstenções?
Não se trata de pôr sob suspeita os resultados do último dia 15, mas de examinar em abstrato a questão.
Fato é que ninguém dispõe de dados objetivos para afirmar se há ou não fraude, já que é impossível a recontagem dos votos, o que impede a existência de contraprova, tornando obscuro o processo.
Mas resta muito o que fazer. E não há por que pecar por omissão.
Onde houver 2º turno, é vital que os partidos organizem a mais rigorosa fiscalização, o que concorre para a transparência do pleito.
E o eleitor de boa vontade terá que reflexionar!
Por mais que não tenha tal intenção, quem não aparece para votar acaba somando para ampliar as condições favoráveis a fraude.
Para finalizar, meditemos no que adverte Edmund Burke:
"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados."
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail sentinela.rs@uol.com.br
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