Renato Artigo, Sant'Ana - Campanha degenerada ofende cristãos do Brasil

           A Campanha da Fraternidade, que a Igreja Católica promove anualmente, em 2021 tem sido alvo de duras críticas por parte de cristãos de diferentes denominações religiosas, inclusive dos próprios católicos.

           A celeuma é provocada pelo conteúdo ideológico introduzido sem qualquer escrúpulo no material elaborado para as atividades deste ano.

           A Campanha da Fraternidade é uma programação que a Igreja Católica do Brasil realiza a partir da quaresma e desenvolve ao longo do ano, concitando os fiéis a refletirem sobre um problema concreto da sociedade e a realizarem atos solidários na busca de soluções.

           A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) elabora um texto-base e outros materiais e distribui para todas as dioceses do país, balizando as reflexões e as ações concretas.

           Em 2021, o evento tem caráter ecumênico, com a participação de outras igrejas, como ocorre a cada cinco anos, ficando a programação a cargo do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil).

           O problema é que, comandado por uma militante de extrema-esquerda, o Conic transformou o texto-base da campanha num panfleto marxista, desdenhando valores fundamentais da Igreja Católica e do cristianismo.

           Exemplo de desrespeito foi "cancelar" Maria (mãe de Jesus e figura central do catolicismo), sequer citada no texto-base. E para marcar bem que a questão é com os católicos, propôs, como ação prática, realizar visita e celebração em um Terreiro de Mãe de Santo ou Candomblé.

           Ora, nem que fosse por cortesia para com a Igreja Católica, seria de bom tom que o Conic contemplasse a figura de Maria. No entanto, marxistas infiltrados na CNBB declaram que, em favor do ecumenismo, tal omissão é aceitável, já que Maria é uma devoção só dos católicos.

           Outro motivo de discórdia foi o texto-base apontar como mártir Marielle Franco, que merece, sim, todo respeito como ser humano e compaixão como vítima de um crime. Ocorre que, além de as motivações do crime não serem conhecidas, ela não foi alguém que haja afirmado exemplarmente os valores do cristianismo, não servindo, nesse sentido, de modelo.

           Só esses dois exemplos já dão uma ideia do que pretende o Conic num texto cheio de subtextos e de ardis retóricos, ocultando o principal nas entrelinhas e insidiosamente fazendo a cabeça dos desavisados.

           Nota da CNBB limitou-se a dizer que não é "um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado pela comissão da CNBB", quando o que há é um manifesto cheio de jargões esquerdistas, que não cita uma só vez "caridade" nem "bondade" - mas fala 18 vezes "racismo"...

           É a dicção da secretária-geral do Conic, Romi Bencke, para quem "a sociedade está estruturada no racismo e no patriarcado" (sic!).

           Num artigo bem ofensivo à Igreja Católica e ao cristianismo em geral, ela afirmou: "A cultura religiosa brasileira está alicerçada em princípios e valores patriarcais que se expressam no autoritarismo, no conservadorismo, na desvalorização da mulher e no clericalismo."

           Aliás, o tal artigo, apoiado (notem isto!) pela Open Society Foundations (do multimilionário George Soros, que apoia a legalização das drogas, a liberação do aborto e bandeiras feministas), escancara muito do conteúdo ideológico que Bencke escondeu nas entrelinhas do texto-base.

           Claro, ela é livre para ter opinião e manifestar-se em foro adequado.

           O que é inaceitável é o seu autoritarismo tosco ao usurpar o papel de secretária-geral do Conic para impor a sua ideologia, usando como estratégia subverter a linguagem, apoderar-se de uma instituição religiosa e manipular a crença dos simples.

           O que se lê no texto-base é, em síntese, uma interpretação marxista do evangelho. Nele, o Conic torce as palavras e reinventa conceitos para (pasmem!) propagar uma ideologia que despreza o espiritual.

           Mas querem saber? O que o Conic fez sob comando de Romi Bencke mostra em concreto aquilo que comunistas chamam de "fazer a revolução por dentro", isto é, infiltrar-se nas instituições para, degenerando-as, convertê-las em mecanismos úteis à instalação de um regime totalitário.

           É muita truculência! Como não reagir com indignação?


          Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo. 

          E-mail: sentinela.rs@uol.com.br


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