NOTA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA UFRGS NA REVISÃO DO PLANO DIRETOR

Os  governos  -  sejam  locais,  estaduais  ou  nacionais  -  perdem  quando  não  aproveitam  o  patrimônio 

 intelectual  das  universidades  para  somar  à  criação  de  políticas  públicas  qualificadas.  Nesse  sentido,  a  Prefeitura  de  Porto  Alegre  não  teve  dúvidas  em  buscar  a  parceria  da  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do Sul (UFRGS) para contribuir no processo de revisão do Plano Diretor da Capital. 

Desde 2020 ,  o  Município  tenta  firmar  acordo de   cooperação  técnica  com  a  instituição,  com  aporte 

 de  recursos  para  pesquisas  e  demais  produções  científicas,  por  entender  que  a  equipe  tem  muito  a  agregar  com  conhecimento  a  uma  proposta  com  potencial  de  transformar  o  desenvolvimento  da  cidade.  Cabe  resgatar  que,  por  legislação  federal,  o  Plano  Diretor  deve  ser  atualizado  a  cada  dez  anos;  o  de  Porto Alegre data de outubro de 2010. Portanto, estamos atrasados. 

 A  proposta  da  prefeitura  seguiu  trâmites  internos  no  âmbito  da  UFRGS,  sob  o  nome  de  Interação 

 Acadêmica  (IAP)  nº  1592.  No  processo,  a  prefeitura  prestou  todos  os  esclarecimentos  solicitados.  A  UFRGS,  então,  formulou  duas  propostas  de  trabalho,  sendo  oportunizada  à  prefeitura  a  escolha  de  qual  se  enquadraria  melhor.  A  definição  foi  formalizada  pela  Secretaria  do  Meio  Ambiente,  Urbanismo  e  Sustentabilidade (Smamus) em 9 de março de 2021 – há mais de um ano. 

 Para  ser  assinado,  o  acordo  precisa  ser  aprovado  em  sessão  do  Conselho  Universitário ( Consun).  Mesmo  com  pareceres  favoráveis  da  Procuradoria-Geral  do  Município,  da  Controladoria  e  do  CIUS  -  órgão  técnico  que  serve  de  apoio  ao  Conselho  Universitário  -,  ainda  não  houve  deliberação.  Em  duas  reuniões  do  Consun  foram  feitos  pedidos  de  vista,  atrasando  a  apreciação.  Por  fim,  mesmo  na  pauta  da  sessão do último dia 8 de abril, não houve quórum para votação. 

 A  gestão  mantém  diálogo  transparente  com  a  reitoria  da  universidade,  que  sempre  se  posicionou 

 apta  a  contribuir  nas  causas  caras  à  comunidade.  Infelizmente,  a  mesma  disposição  não  se  verifica  na  atuação  do  Conselho  Universitário,  que  posterga  sem  explicação  a  autorização  para  avançarmos  na  parceria.  O  desenvolvimento  de  Porto  Alegre  não  pode  esperar.  Assim,  se  nos  próximos  dias  o  tema  não  for  votado,  a  prefeitura  entenderá  que  não  há  interesse  da  universidade  em  contribuir  neste  projeto  e  dará prosseguimento ao trabalho de revisão do Plano Diretor de outras formas. Perde a cidade. 

 Sebastião Melo 

 Prefeito de Porto Alegre 

 Germano Bremm 

 Secretário Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) 


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