Unidade das Forças Armadas em risco

 Unidade das Forças Armadas em risco


Assunto delicado. Para quem não lembra, em agosto de 1961 o III Exército, sediado em Porto Alegre, comandado pelo general José Machado Lopes aliou-se ao governador Leonel Brizola, que dos porões do Palácio Piratini (transformado em bunker) liderou um movimento cívico-militar contra o veto dos Ministros Militares à posse do seu cunhado, João Goulart. Ficou conhecido como “A LEGALIDADE”.  


Jânio Quadros havia renunciado e o vice-presidente, o Jango, retornava de visita ao governo chinês onde, supostamente, foi estreitar laços diplomáticos e comerciais com aquele país comunista. Isto em plena guerra fria entre os Estados Unidos e países comunistas.  


A Constituição Federal sempre assegurou ao vice-presidente o direito à sucessão de presidente renunciante ou falecido. Ambos, estiveram sob as garantias da Carta Magna. Mas, não é isto que quero comentar.


Pretendo chamar atenção para o fato de que um governador populista já demonstrou como é possível dividir as Forças Armadas. 


O III Exército, certo ou errado, não irei julgar, rebelou-se, sublevou-se contra o comando central das Forças Armadas de Brasília. Mobilizou tropas, tanques e foram às ruas defender os ataques ao Palácio Piratini anunciados por forças militares de outros Estados, a mando do alto comando de Brasília,.  


Soldados foram para às divisas dos Estados da base do III Exército. O fato inquestionável é que houve uma ruptura temporária da unidade das nossas Forças Armadas. Os embates estiveram próximos de acontecer.


Eu vivi este momento. Prestava o serviço militar obrigatório, incorporado dois meses antes do dia 25 de agosto de 1961, na unidade de Caxias do Sul: 3º Grupo de Canhões Antiaéreos.   


Naquele 25 de agosto, “Dia do Soldado”, há 61 anos, depois da formatura comemorativa todos foram liberados, menos os que estavam de serviço. Eu fui um deles. Fiquei de guarda na guarita de entrada do quartel.  Alguns companheiros haviam saído, quando recebi ordens do oficial de dia, para não permitir




Daquele dia em diante ficamos de prontidão aquartelados até setembro quando todo o contingente seguiu a Porto Alegre, com as peças de artilharia, canhões antiaéreos e com a missão de proteger a sede do Governo onde estava o Brizola, de ataques dos caças da Força Aérea. Meu posto na capital do Estado foi junto a um canhão instalado onde é o prédio do DAER, próximo do Palácio do Governo.


Nada de extraordinário. Importa a segunda parte deste relato. O que vimos e sentimos entre todos nós, dos soldados aos oficiais foram momentos de suspense. Muitos boatos de aproximação de tropas do norte contra as nossas do sul. Aconteceram muitas reuniões entre os oficiais e deles com sub-tenentes, sargentos e cabos com ascendência sobre os soldados antes da tomada de uma difícil decisão.  


Parecia não haver consenso em aderir ao Brizola e deixar de cumprir ordens do comando central das Forças Armadas de Brasília. O armamento e as munições ficaram o tempo todo sobre o controle de quem não teve dúvidas em apoiar o Governador, desde o início da sua proclamação do levante gaúcho.


A maioria dos oficiais eram do centro/ norte do país e os discursos do Brizola poderiam lhes parecer bravatas, até o III Exército declarar-se ao lado do governador do nosso Estado.


Soube-se, mais tarde,  que em alguns quartéis aqui do Estado os oficiais que não concordaram em se rebelar contra o Comando de Brasília, foram detidos ou presos em seus quarteis até a pacificação, que não tardou.


Parece conversa fiada. Mas o momento político atual mexeu com as lembranças de um soldado da turma de 1942, que hoje, aos 80 anos, continua de olhos abertos e consciente de que políticos populistas podem dividir as Forças Armadas.  Suspeito que tal separação agora, seja em favor da ideologia que levou à desgraça a Venezuela e Argentina.


Alguns ministros do STF, eu disse em outro artigo, estão jogando poker, pagando para ver. Parecem ter informações privilegiadas ou secretas, de que alguns comandos militares poderiam imitar o feito do III Exército de 1961. Sentem-se com as costas quentes. Por isso são audaciosos.




A troca de comandos militares, diante do que já aconteceu em 1961 - deve merecer a aprovação da sociedade como garantia de manter a unidade das Forças Armadas - enquanto não acontecer a depuração dos poderes públicos do Brasil.


Caxias do Sul, 16.08.2022


Marcus Vinicius Gravina



Cidadão Brasileiro – Tit.Eleitoral 032803610434


 


2 comentários:

  1. SIM .....MAS
    1- NEM DE LONGE BRIZOLA TINHA NO CURRICULO DE LULA,UMA ROBALHADA QUE ERA PÚBLICA,NADA PARECIDO;LULA É CONDENADO POR CRIMES QUE BRIZOLA NUNCA TEVE!
    2-A TURMA QUE SE LEVANTOU ,DE ESQUERDA NÃO ERA UMA QUADRILHA ORGANIZADA COMO O LULA MONTOU O PT.

    3- NA ÉPOCA CUBA ERA UMA UTOPIA, ERA UMA PROMESSA, NÃO HAVIA EXEMPLOS RUINS DA BANDIDAGEM COMUNISTA,ERA NOVIDADE COMUNISMO OU SOCIALISMO, BANDIDAGEM QUE VIRAM SEMPRE OS GOVERNOS. DE ESQUERDA.
    A CATEQUESE COMUNISTA NAS ESCOLAS CATOLICAS NO NARIZ DA PROFESSORADA .

    OS MILITARES DE 64 NÃO IIRIAM SE SUBLEVAR PARA SE ASSOCIAR E DEFENDER CRIMINOSOS,LADRÕES E INVASORES DE TERRA COMO O PT MONTOU.

    MESMO QUE MILITARES TENHAM INTRIGAS,DISTENSÕES INTERNAS E AVIDEZ PELO PODER,SABEM QUE ASSOCIAÇÃO COM BANDIDOS E GENTE DESONESTA E DE MAU CARATER COMO LULA E SUA QUADRILHA NUNCA TERMINA BEM, A HISTÓRIA NOS MOSTRA E ISSO ELES ,MILITARES ESTUDARAM E NÃO JOGAR FORA SUAS VIDAS;

    ResponderExcluir
  2. POIS A INTEGRIDADE E CARATER DOS MILITARES NÃO VÃO VIRAR BANDIDOS.

    ResponderExcluir