FLORES, Tomás
*militar; const. 1891; dep. fed. RS 1891-1893.
Tomás Thompson Flores nasceu em Porto Alegre no dia 10 de
janeiro de 1852.
Assentou praça aos 14 anos para servir na Guerra do
Paraguai (1864-1870), de onde voltou
com o posto de Alferes. Pela participação nesse conflito,
ganhou medalhas conferidas pelos
governos do Brasil e da Argentina. Foi promovido a
tenente em maio de 1878 e a capitão
em abril de 1883. Cursou a Escola Militar, concluindo o
curso de Infantaria e Cavalaria em
1883.
Depois de proclamada a República (15/11/1889), chegou ao
posto de major em janeiro de
1890 e a tenente-coronel em março do mesmo ano. Em
setembro desse ano foi eleito
deputado federal constituinte pelo estado do Rio Grande
do Sul na legenda do Partido
Republicano Rio-Grandense (PRR), então liderado por Júlio
de Castilhos. Assumiu sua
cadeira em 15 de novembro de 1890, quando foi instalada a
Assembleia Nacional
Constituinte (ANC) no Rio de Janeiro. Durante os
trabalhos de elaboração da primeira
Constituição republicana do país, fez oposição ao
presidente Deodoro da Fonseca (1889-
1891). Promulgada a nova Carta constitucional em 24 de
fevereiro de 1891, em junho
seguinte assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados no
Rio de Janeiro, agora Distrito
Federal, para cumprir o seu mandato ordinário, até o ano
de 1893. Ainda em 1891 chegou
ao posto de coronel e, por decreto de julho desse ano,
foi nomeado comandante do 6º
Distrito Militar.
Em novembro de 1891, com a chegada à presidência do
marechal Floriano Peixoto
(1891-1894), o poder no estado do Rio Grande do Sul foi
entregue a uma junta governativa
e, posteriormente, a José Antônio Correia da Câmara, o
visconde de Pelotas (1892), que,
por sua vez, foi deposto em junho de 1892 por um
movimento articulado por Júlio de
Castilhos. Esse movimento teve o apoio militar de Tomás
Thompson Flores, ainda
deputado federal, e do marechal Falcão da Frota.
Após concluir seu mandato de deputado federal em dezembro
de 1893, continuou sua
carreira militar e tornou-se comandante do 13º Batalhão
de Infantaria. Integrado a essa
divisão, participou da Guerra de Canudos (1896-1897),
rebelião popular de cunho
messiânico, liderada por Antônio Conselheiro, iniciada no
sertão baiano em novembro de
1896. O governo enviou sucessivas expedições militares
para debelar o movimento, até
esmagá-lo em outubro de 1897. Foi um dos líderes de uma
dessas expedições e tornou-se
comandante interino da Brigada de Cláudio do Amaral
Savaget, quando este foi ferido em
combate. Passou a liderar a 7ª Brigada e, segundo
Euclides da Cunha, “era um lutador de
primeira ordem. Embora lhe faltassem atributos essenciais
de comando e, principalmente, a
serenidade de ânimo, que permite a concepção fria das
manobras dentro do afogueamento
de um combate, sobravam-lhe coragem a toda prova e um
quase desprezo pelo antagonista,
por mais temeroso e forte, que o tornavam incomparável na
ação”. Ainda segundo Euclides
da Cunha, Tomás Flores, em um dos combates, tomou a
frente de sua brigada para
“pessoalmente ordenar a linha de fogo. Por um requinte
dispensável, de bravura, não
arrancara dos punhos os galões que o tornavam alvo
predileto dos jagunços. Ao reatar-se,
logo depois, a avançada, baqueou, ferido em pleno peito,
morto.”
Faleceu, assim, em Canudos (BA) no dia 22 de junho de
1897.
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