Por falta de condições de transporte pelas rodovias
brasileiras, milhares de toneladas de alimentos estão ameaçadas de perderem
prazo de validade, enquanto o consumidor já enfrenta a escassez de produtos.
Neste domingo, 27, sétimo dia de paralisação, a
associação lamenta anunciar que a mortandade animal já é uma realidade devido à
falta de condições minimamente aceitáveis de espaço e quantidade de ração. Um
bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente.
Com risco de canibalização e condições críticas para os
animais, 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior
deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial
de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil. Milhões
de suínos também estão ameaçados.
A mortandade cria uma grave barreira para a
recuperação da produção do setor nas próximas semanas e
meses. As carnes suína, de frango e os ovos, proteínas que
antes eram abundantes e com preços acessíveis, poderão se tornar
significativamente mais caras ao consumidor caso a greve se estenda ainda
mais. O velho fantasma da inflação poderá assombrar o país, pelo
menos até que ocorra o restabelecimento da produção. Os menos favorecidos serão
os mais prejudicados.
Os reflexos sociais, ambientais e econômicos são
incalculáveis. Hoje, a ABPA registrou 167 plantas frigoríficas de
aves e suínos paradas. Mais de 234 mil trabalhadores estão com
atividades suspensas.
O desabastecimento de alimentos para o consumidor também
já é fato, uma vez que milhares de toneladas de carnes e outros produtos
deixaram de ser transportados para os centros de distribuição desde o dia 21 de
maio, data do início da greve. Outras milhares de toneladas não foram
produzidas pelas fábricas, que foram obrigadas a paralisar a produção por não
terem mais onde estocar produtos
A situação é caótica não só para o mercado nacional.
Aproximadamente 100 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser
exportadas na última semana. O impacto na balança comercial já é estimado em
350 milhões de dólares.
Diante desse quadro de calamidade no setor, apelamos para
a sensibilidade das lideranças do movimento grevista dos caminhoneiros, da
Polícia Federal, das polícias estaduais e municipais pela liberação da passagem
dos caminhões carregados com ração, cargas vivas, carnes e outros alimentos em
caminhões frigoríficos.
É importante que todos saibam: após o final da greve, a
regularização do abastecimento de alimentos para a população poderá levar até
dois meses!
Uma intervenção rápida do Governo brasileiro é urgente
para evitar a continuidade da mortandade de milhões de animais, o
desabastecimento dos brasileiros, problemas de saúde pública, danos ao meio
ambiente e possível fechamento de agroindústrias e cooperativas, que empregam
centenas de milhares de brasileiros e movimentam a economia nacional e o
comércio internacional do país.
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