O material a seguir é de Zero Hora, edição de 24 de maio.
Não é só com relação à compra de trens que dirigentes da
Trensurb terão de dar explicações. A força-tarefa do Ministério Público Federal
(MPF) na Operação Lava-Jato investiga possível suborno da construtora Odebrecht
a políticos para que a empresa de trens urbanos concluísse a extensão da linha
entre São Leopoldo e Novo Hamburgo. Entre os investigados estão dois
ex-diretores da Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha e Humberto Kasper — o
mesmo que firmou o contrato para aquisição de 15 trens do consórcio Alstom-CAF,
que nunca funcionaram a contento. Na época da compra, Kasper era
diretor-presidente da estatal. Arildo era diretor-financeiro na época da
assinatura do contrato de manutenção dos novos trens.
Conforme o inquérito 4.434 sobre a obra no RS, que
tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) há um ano, a Odebrecht admite ter
pago R$ 3,45 milhões a políticos e dirigentes da Trensurb para conseguir
destravar a extensão dos trens até Novo Hamburgo. A obra estava parada por
enfrentar restrições do Tribunal de Contas da União (TCU). Com ajuda política,
teria deslanchado.
Conforme delação premiada de dois ex-dirigentes da
Odebrecht, Benedicto Junior e Valter Lana, foi pago R$ 1,49 milhão ao então
deputado federal Eliseu Padilha, do MDB, atual ministro da Casa Civil, R$ 734,7
mil ao deputado federal petista Marco Maia, R$ 934,5 mil ao ex-ministro do
Planejamento Paulo Bernardo, do PT, R$ 260,3 mil a Marco Arildo e R$ 38,7 mil a
Humberto Kasper, ambos ex-presidentes da Trensurb, indicados pelo PT. No total,
conforme os executivos, a extensão da linha da Trensurb foi alvo de três
pedidos de pagamentos de propina entre 2008 e 2009: um de Padilha; um de Maia,
Arildo e Kasper; e outro de Paulo Bernardo. Juntos, eles teriam recebido R$
3,45 milhões da construtora.
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