Surpresa altista com o IGP-10 de fevereiro


O índice refletiu principalmente pressão dos preços agrícolas no atacado.

O IGP-10 de fevereiro registrou alta de 0,40%, conforme divulgado há pouco pela FGV. O resultado veio acima da nossa expectativa e também da mediana do mercado (ambas em 0,30%). A aceleração em relação a janeiro, quando o indicador recuou deflação de 0,26%, refletiu principalmente o avanço do IPA Industrial, que variou 0,43%, contra -0,48%  na leitura anterior. Dentre os componentes que contribuíram para o movimento altista, os destaques ficaram por conta de minério de ferro (alta 6,71%) e diesel (avanço de 8,97%). No primeiro, o cenário prospectivo de redução da produção da commodity influenciou negativamente as cotações, que aceleraram expressivamente. Já no segundo, temos o reflexo altista da cotação do petróleo no período. O núcleo (que exclui indústria extrativa, combustíveis e produtos alimentares) permaneceu em patamar confortável, sem indicar pressão sobre os preços ao produtor. O IPA Agrícola, por sua vez, principal vetor do nosso erro de projeção, passou de -0,92% para 0,34%, sendo destaque os expressivo avanço dos preços do feijão. Já o IPC desacelerou de 0,45% para 0,38% no período, enquanto o INCC variou 0,41% – avançando em relação a janeiro (0,29%). Em doze meses, o índice acumulou alta de 6,98% e, para as próximas divulgações, esperamos continuidade da aceleração do indicador, tanto pela sazonalidade dos itens agropecuários, quanto pelo comportamento de minério de ferro, que ainda deve trazer efeitos da recente pressão altista sobre seu preço nas próximas divulgações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário