Artigo, Astor Wartchow - Cavando a própria cova, Astor Wartchow​


- O autor é advogado​ no RS.

Não interessa se com razão ou sem razão, provocado ou não, a continuar a falar "merda", dia após dia, Bolsonaro cava a própria "sepultura". Cedo ou tarde, haverá um cansaço generalizado. E surgirão os pedidos de impeachment. ​
Primeiramente, Bolsonaro comete um equivoco central, qual seja, de achar que ele foi eleito por seus méritos e plano de governo, quando, na verdade,  o Partido dos Trabalhadores (PT), o candidato Haddad e o "conjunto da obra" foram rejeitados. ​
A eleição presidencial foi plebiscitária. Opção por exclusão. Escolha não por méritos, mas por deméritos alheios. Ainda que verdade que parcela dos eleitores de Bolsonaro é motivada pelo projeto economico-fiscal, que prevê e enseja privatizações e reformas estruturais.​
Logo, a prosseguir nesta lenga-lenga ofensiva e grosseira, intencional ou aleatória, baseada sei lá em que teoria de comunicação, o que pode  salvar/adiar sua crucificação institucional será a economia.​
Mas o ambiente econômico-social apresenta poucos sinais de recuperação. Uma realidade mundial que não permite sonhar mais alto de  momento. São tempos difíceis em todos os lugares. Há uma retração geral.​
Como não tem base partidária suficiente e ampla no Congresso, nem grupo de apoio incondicional, ficará a merce dos humores e interesses parlamentares. De boicotes e chantagens, inclusive.​
Aliás, exemplo de chantagem será a aprovação de emenda ao orçamento que garantirá aos parlamentares indicar diretamente a aplicação de mais de 30 bilhões, de um total 126 bilhoes disponiveis e discricionários. É o orçamento impositivo ampliado.​
Para atender todos os poderes e órgãos de estado, a quase totalidade do orçamento nacional (94%) está destinada por obrigações constitucionais, legais e vinculadas.  Pouco, quase nada, resta ao poder executivo para utilizar em novos investimentos. ​
Esta inovadora,  absurda e criminosa manobra parlamentar explica e justifica a reação do general Heleno, quando disse "Dane-se o Congresso!", em contexto distorcido e mal explicado  pela maioria da imprensa. Tanto o Fundo Partidário quanto o Orçamento Impositivo são "pratos quentes" para negociatas.​
Alias, ainda que menos submissa ao "patrulhamento ideológico", típico do meio dito artístico-acadêmico-intelectual, parcela importante da imprensa tem se comportado de modo medíocre. Tem deixado se pautar pelas grosserias do presidente. Como se não houvesse assuntos mais importantes e urgentes.​
Por todos os citados e suas melancólicas intervenções, o país virou como que um imenso "facebook", rede social capaz de reunir em torno de um mesmo assunto e debate, análises e comportamentos infantis, estúpidos, idiotizantes, esquizofrênicos, grosseiros, etc...​
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5 comentários:

  1. Discordo totalmente. A pauta "idiotizante" foi imposta pela esquerda há décadas, na tentativa de manipular e imbecilizar as massas enqto acordos espúrios e roubalheira sem fim aconteciam à luz do dia, sem qualquer pudor. O povo cansou disso e quer alguém com coragem suficiente para bater de frente com esse sistema podre. Não será com bjos e abraços, mas com pé na porta. Sinto muito! A realidade exige mais do que elegância.

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  2. Keep calm, pois se nos próximos 2 anos aparecer alguém competente, inteligente, honesto, destemido, comunicador com pitadas de populismo e, além de tudo, rico e bonito, o JB será desbancado! É só esperar... sentado!!!

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  3. Artigo dos do contra. O Bolsonaro não pode olhar de lado que já querem o seu impeachment. Na falta de razão p/ acusá-lo de corrupção, dizem que dirigiu a moto sem habilitação como fato gravíssimo. A imprensa fecha os olhos p/ todos os presentes impropérios praticados pelo CN, Supremo e ela própria, p/ ver se consegue um impeachment x o PR p/ chamar de seu. Nada x diferente do que os comunistas americanos travestidos de democratas fizeram c/ o Trump.

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  4. P autor talvez seja um grande advogado, mas vê-se que não entende nada de guerra cultural. O que ele propõe foi o que fizeram os militares, 1964. Segundo a visão deles só havia o problema da guerrilha. Bastava sufocar os guerrilheiros e governar direitinhos que o problema estava resolvido. Deu no que deu.

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  5. Pelo visto, o autor é apoiados da nova esquerda. Aos poucos eles vão aparecendo. Compreensível.

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