O monitoramento do Sebrae RS revela uma redução de 22 pontos percentuais entre as empresas que fecharam temporariamente em razão do coronavírus
A pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise realizada semanalmente pelo Sebrae RS aponta que as micro e pequenas empresas, aos poucos, estão retomando as atividades. A constatação decorre da melhora do índice que mede o percentual de empresas que fecharam temporariamente em função da pandemia, que caiu 22 pontos percentuais em comparação ao levantamento realizado na primeira semana de abril, quando 52% das empresas haviam fechado temporariamente por conta do distanciamento social. Agora, são 30% das MPEs consultadas.
“O resultado acontece por uma série de fatores, sendo o principal deles os regimes de flexibilização de abertura dos estabelecimentos, ditados pelos decretos municipais em consonância com o decreto estadual de distanciamento controlado. A melhora do índice, reflete, também, a necessidade que os empreendedores têm de retomar o faturamento de seus negócios, haja vista que o longo período em que permaneceram inoperantes exauriu os recursos que dispunham para a sua manutenção, mesmo fechados”, ressalta o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.
O levantamento também mostra que 59% dos empreendedores ainda tem o capital de giro como a principal carência neste momento. Esta necessidade chegou a ser a principal dor de 64% dos empreendedores ao longo da pesquisa, evolução que igualmente sinaliza uma pequena melhora de cenário. Além disso, as principais prioridades das MPEs, concentraram-se em recursos e alternativas para a manutenção dos negócios como isenção de impostos e taxas (40%), alternativas para diversificar produtos e serviços (30%), carência para pagamento de impostos e taxas (29%), carência para pagamentos de fornecedores (23%), orientações sobre finanças (19%) e adequação de custos (16%).
Embora existam diversas modalidades de apoio financeiro aos pequenos negócios, os empreendedores seguem com dificuldade de conseguir crédito. Levando em conta todo o mês de maio, 36% das empresas consultadas tentaram algum tipo de financiamento junto a instituições financeiras. Destas, 39% disseram que estão com os pedidos em análise, 37% não conseguiram, e apenas 24% tiveram o crédito liberado. “Sem esse recurso fica difícil de as empresas operarem regularmente cumprindo com suas obrigações administrativas e de operação, garantindo a sua sobrevivência no longo prazo”, analisa Godoy.
O Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise ouviu 1.215 empreendedores entre 03/04 a 31/05. Confira outros dados da pesquisa:
Negócios afetados negativamente
• 73% abril
• 72% maio
Negócios afetados positivamente
• 19% abril
• 18% maio
Faturamento: redução
• 89% abril
• 79% maio
Faturamento: alta
• 3% abril
• 8% maio
Perda no faturamento
• 60% maior do que 50%
• 12% de 41 a 50%
• 9% de 31 a 40%
• 9% de 21 a 30%
• 5% de 11 a 20%
• 2% de 6 a 10%
• 1% até 5%
Ações adotadas durante a crise
• 52% fecharam em razão da quarentena na primeira semana de abril
• 30% fecharam em razão da quarentena na última semana de maio
Necessidades
• 59% capital de giro
• 40% isenção de impostos e taxas
• 30% alternativas para diversificar produtos e serviços
• 29% carência para pagamentos de impostos e taxas
• 23% carência para pagamento de fornecedores
• 19% orientação sobre finanças
• 16% adequação de custos
• 16% garantias na operação de crédito
Financiamento
• 36% buscaram empréstimo
• 64% não buscaram empréstimo
Dos que buscaram empréstimo
• 24% conseguiu
• 39% está em análise
• 37% não conseguiu
Motivos por não conseguir empréstimo
• 31% falta de garantias ou avalistas
• 25% taxas de juros alta
• 24% empresa ou sócio com restrições cadastrais
• 12% não sabe
• 8% empresa não possui capacidade de pagamento
• 5% empresa possui alto endividamento
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