Agravamento da pandemia interromperá, por ora, a retomada econômica

- Esta análise é dos economistas do Bradesco, material de hoje.


o A dinâmica recente da pandemia deve interromper, ao menos temporariamente, a retomada da atividade. Pelas próximas semanas, lojas e prestadores de serviços deverão estar fechados na maioria dos estados brasileiros. 


o Os setores mais impactados são o comércio e os serviços prestados às famílias, assim como observamos no início da pandemia. O setor de transporte também será afetado no curto prazo, especialmente o transporte de passageiros. A atividade na indústria e na construção civil parece mais preservada, pois não há restrições generalizadas a essas atividades. O impacto é temporário e com a reabertura da atividade, esses setores tendem a se recuperar gradualmente. Ainda assim, o ritmo deve ser mais lento.


o Entre os destaques do ano, temos a indústria exportadora, construção e o agronegócio. Os exportadores têm a vantagem do câmbio depreciado e demanda global crescente (madeira, extrativa, siderurgia, alimentos, celulose e calçados estão nesse grupo). Na construção civil, o segmento imobiliário residencial é destaque e diversos empreendimentos devem ser lançados sobretudo no 2º semestre. Por fim, a agricultura continuará com desempenho positivo. Safra recorde de grãos, preços elevados, câmbio depreciado e demanda externa positiva favorecem o setor. 


o Com a reabertura gradual, a retomada deve ocorrer, apoiada em juros reais ainda baixos, oferta de crédito, níveis elevados de poupança e recuperação do emprego. A evolução da pandemia ditará quando as atividades serão reabertas. O avanço da vacinação no grupo prioritário e o efeito das medidas mais restritivas devem ter impacto em algumas semanas. E a atividade econômica deve gradualmente voltar a crescer.


Setor em Foco: Combustíveis


Preço de petróleo segue pressionado no mercado internacional


o Neste ano, o petróleo já subiu 25% nos mercados internacionais, levando a reajustes de 46% na gasolina e de 40% no diesel ao longo deste ano. Além da alta do petróleo, o real sofreu depreciação de 6% em relação ao fechamento de 2020, elevando a pressão sobre os preços domésticos.


o Os preços globais refletem o nível baixo de estoques de petróleo. Enquanto vimos recuperação rápida da demanda no segundo semestre do ano passado, a oferta se manteve restrita, tanto pela forte atuação da OPEP+ quanto pelos EUA. Esse equilíbrio no mercado vai manter os preços próximos do patamar atual no primeiro semestre. No segundo semestre, entretanto, a oferta deve ser maior, trazendo estabilidade nas cotações internacionais.


o Os preços domésticos de combustíveis têm sido calibrados para manter a paridade com seu equivalente internacional convertido para reais. No segundo semestre, confirmado o cenário de estabilidade do preço de petróleo, os preços internos também tendem a se estabilizar e até mesmo registrar algum arrefecimento.


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