Outro dia, a um clique de mouse, três notícias que pareciam desconexas saltaram de um portal e puseram em tela o drama brasileiro.
A primeira dizia que bolsas, mundo afora, começaram a semana "eufóricas" por causa do anúncio da geração de 900 mil empregos nos Estados Unidos.
Embora também lá exista mídia destrutiva, os avanços da economia são anunciados ao som de trombetas, transmitindo confiança a investidores.
No Brasil é diferente: "a gente somos progressistas, entende?" Tivemos, em 2021, um mês de fevereiro inusitado: 400 mil novos empregos, o melhor fevereiro em 30 anos. Só que nossas trombetas são as do Apocalipse!
O pessoalzinho da TV fica com cara de luto, quando tem de dar boas novas que podem animar o público. E os dados de fevereiro só não foram deletados por que já não havia como disfarçar.
A segunda notícia era da vacinação. E a fonte era o Worldometer, que, até aqui, ninguém cogitou pôr sob suspeita.
Dizia que o ritmo de vacinação do Brasil vem surpreendendo: levamos 70 dias para passar a marca dos 20 milhões de pessoas com primeira dose.
Para efeito de comparação, o Reino Unido levou 83 dias.
Alemanha, França e Itália, que, somadas, têm população semelhante à do Brasil, levaram 82 dias para chegar aos mesmos 20 milhões.
Aliás, já quebramos a barreira de um milhão de doses diárias. Além do Brasil, apenas China, Índia e Estados Unidos vacinam acima de um milhão de pessoas a cada 24 horas.
Mas, no dia em que atingimos essa marca (em 06/04/21), o jornalismo funerário estava focado só nos 4.195 óbitos, que tiveram os registros represados por causa do feriadão de Páscoa e do superferiado paulista.
Estamos bem? É claro que não! O cenário é de grave crise. Nem por isso se justifica ampliar o que é ruim e esconder o que é positivo.
Quem está levando vantagem com o pânico da população? A quem interessa o catastrofismo? O que há por trás das trombetas apocalípticas?
A terceira notícia ajudava a encontrar respostas.
Uma assembleia geral extraordinária de professores da Universidade de Brasília (UnB) aprovou moção contra "cooperação científica e tecnológica com Israel", atacando iniciativa da reitora da UnB, Márcia Abrahão.
É que, depois de conversações com o embaixador de Israel, Yossi Shelley, discutindo propostas de colaboração científica e tecnológica, a reitora acabou convidando empresas israelenses a se instalarem no Parque Científico e Tecnológico da UnB (PCTec/UnB).
Detalhe, a moção foi aprovada, conforme apurou o jornalista Cláudio Humberto, por 36x5 votos, sendo que a UnB tem cerca de 2800 docentes.
O antissemitismo visto na UnB é só uma faceta do modus operandi da casta acadêmica, dominada por partidos de extrema-esquerda (PSOL, PT E PCdoB) como estratégia para engendrar de modo invisível a "revolução".
No clique do mouse, o autorrespeito dos americanos tornou evidente, por contraste, o costume tão nosso e tão negativo de maldizer o Brasil.
É um costume retroalimentado por aqueles que mais têm influência, seja dando mau exemplo, seja promovendo desinformação - como faz a mídia.
São muitos os atores nesse drama: jornalistas amestrados que tocam uma imprensa altamente venal, operadores do direito que não honram a tradição jurídica, empreendedores que não incorporam a missão de construir o país, políticos dedicados apenas ao autointeresse, etc.
E é aí que entra a insidiosa atuação da casta acadêmica, destruindo com método os nossos valores para propagar ideias revolucionárias.
Desde jornalistas e operadores do Direito até quem se ocupa de nossas crianças na escola, todos os que têm mais influência receberam, às vezes sem o perceber, alguma dose de doutrinação marxista em sua formação.
O pior está na universidade pública, em que essa casta acadêmica é muito bem remunerada; tem estabilidade no emprego e, na maioria, dedicação exclusiva ao ensino, com liberdade para fazer o que bem entende.
Pavimentando o caminho para o populismo de esquerda, essa casta coopera para que a população (inclusive com diploma) tenha mentalidade de vítima e acredite no discurso salvacionista do esquerdismo.
E é responsável por haver uma população de analfabetos escolarizados e incapazes de interpretar textos de baixa complexidade, de articular um pensamento abstrato e, óbvio, de compreender fatos da política.
As três notícias desconexas chamaram a atenção para o egoísmo de uns quantos que, tendo a geladeira cheia e outras garantias, encaram a crise da pandemia como oportunidade para um nefasto projeto de poder.
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail sentinela.rs@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário