Artigo, Rodrigo O. Ribas - Agriculura irrigada ou morte

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Sobre a estiagem que assola o nosso Estado, precisamos entender que ela é recorrente. Nosso clima mais frio indica as janelas de produção, especialmente no verão, período que coincide com a falta de chuvas. Na agricultura, afetam o crescimento e desenvolvimento das plantas. Na pecuária, a baixa oferta de pasto causa perda de peso e desnutrição. Já na vida silvestre, desconheço um tipo de agressão maior para a natureza que a própria seca. E se no campo as perdas são diretas, nas cidades colhemos esses prejuízos depois. Com as safras em andamento, sabemos que novas chuvas podem mudar tudo, mas elas vindo ou não, essa inconstância precisa trazer um aprendizado.


A solução passa pelos sistemas de irrigação, que, implementados de forma gradual e ampliados à medida de suas necessidades e capacidades, são a única alternativa à espera de um milagre. Para tanto, além de investimentos e linhas de crédito, é importantíssima a implementação de uma rede estável de energia elétrica na zona rural.


Mesmo os melhores sistemas de irrigação são ineficazes sem as reservas de água. Se existem períodos de chuvas abundantes, precisamos recolher essa preciosa água, não permitindo que haja um desperdício do que hoje temos tanta carência.


Neste sentido, é fundamental levar um melhor entendimento aos órgãos públicos no que tange a liberação e o licenciamento de barragens. Mostrar que as aguadas não impedem o caminho natural de animais silvestres, elas os salvam. Não são responsáveis por migrações, mas pela manutenção de animais em seus habitats. Não extinguem ecossistemas, criam novos. Barragens são fontes de alimento para plantas e todos os tipos de animais.


Para termos a possibilidade de garantir a verdadeira sustentabilidade da vida no campo, nós, produtores rurais, campeões mundiais em produtividade, precisamos enxergar a construção desses reservatórios como um pilar de sustentação para o agronegócio.


Estamos, novamente, frente a frente com uma de nossas maiores batalhas. Devemos, de forma definitiva, criar uma divisa para nossa sobrevivência.

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