Os fatos falam! A questão é se temos ou não a lucidez suficiente para interpretá-los - o que é, aliás, fator basilar da arte do diálogo.
Assisti há tempos a um documentário sobre Muamar Kadafi, ditador da Líbia, no qual, à parte dos aspectos econômicos, havia revelações que revoltam qualquer pessoa dotada de um mínimo de sensibilidade.
Kadafi era dado a fazer visitas a escolas da Líbia, ocasiões em que, ao sentir atração por alguma menina (fosse ela criança ou adolescente), fazia sinal a um de seus sequazes para levá-la. Algumas vítimas jamais reapareciam. Outras, voltando para casa, eram desprezadas por suas famílias muçulmanas por terem perdido a virgindade.
Kadafi, que chegou ao poder por meio de um golpe de Estado em 1969, governou a Líbia com mão de ferro por 42 anos: censurou a imprensa e impôs leis que permitiram punições coletivas, prisão perpétua, tortura e morte a quem fizesse oposição ao regime. Em suma, foi um tirano!
Tem mais. Ele usou dinheiro líbio para financiar grupos terroristas e movimentos revolucionários mundo afora. E é aqui que vem uma surpresa para os desavisados: entre os agraciados de Kadafi estavam o PT e Lula.
Foi Antonio Palocci quem contou tudo à Lava Jato. Em 2002, Kadafi enviou secretamente ao Brasil 1 milhão de dólares para financiar a eleição de Lula. Isso saiu na imprensa - destaque para a foto de Lula e Kadafi na revista Veja de 08/12/2017. Eles, que se diziam "irmãos", mostram-se na foto em pose nada protocolar e como "¡muy amigos!".
Palocci sabe das coisas. Até cair em desgraça, ele esteve no centro das principais decisões do PT, do qual foi fundador. Palocci foi prefeito de Ribeirão Preto, ministro da Fazenda do governo Lula e chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, além de haver coordenado a campanha de Lula em 2002 (substituindo Celso Daniel) e a de Dilma Rousseff em 2010.
Mas o monstruoso Kadafi não foi o único tirano com quem os petistas demonstraram afinidade. Lula e Dilma colaboravam com o regime chavista, sendo, pois, coautores da crise humanitária da triste Venezuela. Sempre se postaram como cúmplices e avalistas do totalitarismo cubano. Ajudaram o nefasto Evo Morales a asfixiar a democracia na Bolívia. Sem falar do chamego com a Síria de Bashar Assad e com a teocracia do Irã (onde mulheres e homossexuais são violentados sem uma palavra dos petistas).
Foram várias as ditaduras que receberam financiamentos através do BNDES para obras de infraestrutura em triangulações com empreiteiras que, depois, caíram na Lava Jato - sempre com o endosso de Lula e Dilma.
Os regimes afagados por essa gente caracterizam-se, todos, claro, pela falta de liberdade (onde há violação dos direitos humanos). E os odiados são os em que cidadãos são livres, como Estados Unidos e Israel.
Aí vem Martha Medeiros e propõe que votemos em Lula, dizendo que é hoje (não na era PT) que estamos "alinhados aos tiranos do mundo". Parece óbvio que a colunista de Zero Hora está desconectada da realidade.
Se não houvesse todos os delitos relatados nos artigos anteriores desta série, bastaria o acima relatado para provar: absolutamente nada pode ser pior para o Brasil do que, em 2022, eleger o representante do PT, seja ele Lula ou qualquer testa de ferro.
(Esta série termina com a próxima coluna.)
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail: sentinela.rs@outlook.com
Uma organização criminosa que já deveria ser extirpada
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