Dados sugerem expansão moderada do PIB no terceiro trimestre

Quedas da produção industrial e do comércio em agosto reforçam expectativa de crescimento

de 0,6% do PIB no terceiro trimestre. Tanto a produção da indústria como as vendas do comércio

varejista ampliado (que incluem veículos e materiais de construção) recuaram 0,6% em relação ao mês

anterior. Se considerados em conjunto – os dois setores representam 1/3 do PIB –, o desempenho

confirma nossa expectativa de alguma acomodação da atividade no terceiro trimestre, em linha com o

crescimento de 2,7% do PIB no ano. Os dados sugerem um arrefecimento dos investimentos, após

forte alta na leitura anterior. Para os próximos meses, a indústria deve ser favorecida pela

recomposição de estoques (diante da continuidade da normalização das cadeias produtivas) e pela

demanda ainda aquecida no curto prazo. Por outro lado, o aumento da taxa de juros e o cenário global

mais incerto colocam desafios importantes no médio prazo.

o Nova deflação no atacado e expectativa de safra recorde de grãos apontam na direção de

menor inflação de alimentos à frente. O IGP-DI recuou 1,22% em setembro, refletindo, sobretudo, o

efeito da queda dos preços dos combustíveis, do minério de ferro e de alguns produtos agrícolas. Da

mesma forma que essa redução de custos na indústria tende a continuar favorecendo a desinflação ao

consumidor, o primeiro levantamento da safra de grãos 22/23, divulgado pela Conab, sugere que esse

comportamento pode ser mais persistente. A produção deve chegar a 312 milhões de toneladas,

representando uma alta de 15% em relação à última safra. Destaques para a alta de 25% na produção

de soja, atingindo 152 milhões de toneladas, e para a alta de 12% da produção do milho 2ª safra, sobre

uma base já forte, chegando a 96 milhões de toneladas. Ainda que essas projeções possam ser

frustradas pela possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña até a virada do ano, mantemos uma

perspectiva bastante favorável para a inflação de alimentos, que deve passar de uma alta de 12%

neste ano, para outra de 3,5% em 2023.


Nenhum comentário:

Postar um comentário